sábado, junho 18, 2022

Televi-cenas: Heartstopper



Baseado no trabalho de banda desenhada de Alice Oseman (podem ver o trabalho dela no seu perfil de Instagram @aliceosemanart) denominado de Heartstopper, a Netflix lançou um série com o mesmo nome, que tem sido um êxito (confirmadas já, a segunda e terceira temporada). A história, que à primeira vista parecer ser "simples", é a-s-s-u-m-i-d-a-m-e-n-t-e romântica, e gira em torno do Charlie e do Nick. E é tão fofa e deliciosa, que nos deixa com o coração apertado. Não sei, mas por vezes parece que precisamos de algo que nos mostre que o mundo poderá ser diferente. Algo que nos faça querer avançar para mais um dia. 

Confesso, mea culpa, mea culpa, que demorei a encaixar no ritmo da coisa (nos dois primeiros episódios), mas depois lá me consegui envolver, e quando acabou, fiquei com uma sensação de que "soube a pouco". Embora retrate os primeiros amores de adolescência, fala também da homofobia, do sair ou não do armário, do tempo que cada um precisa para se aceitar (e compreender), e o mais importante: a diferença existe, sempre existiu, e é fundamental para a evolução da humanidade. 

Há quem possa pensar, que um tipo como eu, com 42 anos, sou ridículo por gostar deste tipo de séries, mas a verdade, é que sou um romântico incurável e acredito sempre que tudo vai dar certo e que tudo fará sentido no fim. Além disso, revi-me em muitas situações do Charlie (yeap, sou team Charlie), nas dúvidas, nas certezas, no sentir que o problema seria eu, e que a dor das pessoas derivava porque estavam próximas de mim. Embora sejamos de gerações distintas, os problemas são/foram semelhantes. E agora, aquilo que chamamos de bullying, em 1992 era denominado de "aprendizagem". Além da porrada que levei dos colegas (porque era sempre o elo mais fraco), ouvi muitos "faz-te homem" ou "és mesmo maricas", como se este tratamento fosse a "cura" ideal para o "problema", que eventualmente teria. Ou que me queriam fazer crer que tinha. 

Seja como for, deixo ficar a sugestão para assistirem, caso tenham oportunidade. Ou então, em alternativa, podem comprar em formato de livro, o primeiro volume aqui! Eu acho que é uma prenda catita para oferecer a alguém especial. #ficaadica


Bom fim-de-semana! 

6 comentários:

  1. Obrigado pela partilha
    Já tenho algo para amanhã

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  2. lembra-me para ver isto manda-me um sms

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  3. É bem verdade! Eu adorei ver Heartstopper, achei bué amoroso e mais do que isso, fez-me pensar em tudo o que eu podia ter tido durante a minha adolescência.

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    1. Sim, também tive esse pensamento. Mas na minha adolescência, nos anos 90 em Portugal, era impossível algo assim. Aliás, dá para perceber que gays/bis (pelo menos que não vivem em casamentos "estranhos) nascidos na década de 80, são raros. Comparando com a geração z.

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