Contando com o Paulo, já hibernaram dois bloggers desde que regressei. A blogosfera está mesmo a passar um período muito penoso, com falta de projetos que a mantenham ligada à máquina. Vivemos sem dúvida, e como já escrevi imensas vezes, numa época que a imagem é tudo. Aquela "cena" de que os "olhem comem" é tem dúvida o mote para esta nova era. Não é de estranhar portanto, que a blogaysfera também tenha acompanhado a tendência geral e se tenha espalhado pelo Instagram, OnlyFans e Twitter - by the way, criei uma conta pessoal no Twitter na quinta-feira, e ontem já não a podia abrir junto dos meus colegas de trabalho, devido à quantidade de pornografia que me aparecia no feed.
Além de ser uma pessoa muito visual (sempre o fui), também sou muito voyeur, mas consciente disso, e contra mim falando, tenho que aceitar que já estamos a entrar no exagero da "coisa". A nossa capacidade de imaginar e fantasiar, está a ficar comprometida. O erotismo está a perde-se na espuma do óbvio. Porque além da preguiça mental, que nos começa a invadir (e portanto acabamos por perder qualidades em dissecar os assuntos), a indiferença começa a ganhar terreno. Ou seja, aquela crush do Instagram por quem nós suspiramos, mais tarde ou mais cedo, ou acaba toda despida no Twitter ou no Onlyfans. Ou nos dois. Sozinha ou acompanhada. E nós, apenas conseguimos pensar; "ah sim, mais um", perdendo-se assim, um qualquer interesse utópico e/ou platónico, porque aquele momento de imaginação mais atrevida acaba por desaparecer para sempre.
Uma das pessoas que mais tem resistido a este mundo fácil do dinheiro e adoração social, é o israelita Eliad Cohen. Talvez por isso, a capacidade de imaginar o que esconde a sua sunga, o tenha aguentado tanto tempo na ribalta. Parece-me que no dia que o seu "pito" for revelado, acabará por diminuir o interesse no que à fantasia diz respeito. Ou pelo menos, se a exposição corporal for controlada, poderá garantir uma maior base de fãs - mesmo com a ajuda de um nude ou outro. Mas se for algo continuado, e com uma dimensão cinematográfica de filmes para adultos, acho que poderá ser um efeito de indiferença. Acabará por ser apenas mais um, num mundo onde todos batalham pela mesma audiência - mas que atingirá um ponto que não chegará para todos. E embora seja algo que ache que nunca faria, não sei o dia de amanhã - e como não quero ser como aquele personal trainer gay português pseudo-famoso das redes sociais, que afirmou em tempos que "o OnlyFans era para atores pornográficos de 5€", e onde acabou por se estabelecer com o namorado a fazer também esses filmes caseiros - não quero cair no erro de dar lições de moral. Cada um sabe de si.
Mas as perguntas que ficam são: será que a fantasia e a capacidade de imaginar, ficam comprometidas com tanta exposição corporal, ou apenas faz aumentar o desejo? Não será melhor salivar pelo "presente", para desembrulhá-lo na altura certa? Ou será indiferente? Ou mostrar só às pessoas certas é que fará sentido? Ou mostrar a toda a gente, desde que se pague, porque toda a gente tem um preço?
São as vicissitudes da vida, as pessoas andam atrás sempre do melhor, como se não houvesse amanhã, mas lá está, isto sou eu a dizer coisas
ResponderEliminar"Ou mostrar a toda a gente, desde que se pague, porque toda a gente tem um preço?" há quem tenha pote/s eheheheheheheh :P
AHAHAAH Nada contra, mas quando mais se mostra, menos temos para mostrar depois :P Não sei, é apenas uma teoria minha LOL
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