segunda-feira, abril 18, 2022

Televi-cenas: Bridgerton



Nestes dias (que me pareceram meses), papei a série toda da Netflix, Bridgerton. E se na primeira temporada fiquei apaixonado pelo Duque de Hastings (Regé-Jean Page), na segunda cai de amores pelo Visconde Bridgerton (Jonathan Bailey). E antes que me espetem já um dedo acusador a dizer "deves pensar que tens queda para a realeza", apenas confirmo que gosto mesmo é de homens giros. E os dois atores que interpretam estes papéis, estão para lá dessa categoria. Além disso têm uns rabinhos, que ui, ui: "Bota perfeição nisso"

Além de preferir romances históricos aos "normais" (e por isso esperei pelo príncipe encantado até aos 28 anos para dar uma pinocada valente - não me julguem, please), adoro documentários dentro do mesmo tema, e portanto, séries baseadas em romances (neste caso da escritora Julia Quinn) que tenham aspetos históricos, são devoradas de uma assentada. Como tenho o péssimo defeito de ir confirmar cada facto (por isso odiei o "Reign" que era uma interpretação muito "livre" do que de facto se passou), tive que apertar o meu lado historiador-ó-perfeccionista, porque esta série não é um documentário, e como tal, acaba por apresentar um visão reinventada de uma época - que "não foi nada bem assim"

Mas independentemente de tudo, gostei da forma como as personagens procuravam o amor, ou daquilo que entendiam como tal, das dúvidas sobre o verdadeiro sentido da vida, e de como haveriam de continuar a linhagem da família ou a sua memória. Para um tipo que é gay, e que sabe que não vai ter filhos (porque não tem planos para tal), é um murro no estômago. Para mim é/foi. Porque os meus pais gostariam de ter netos, e nem eu, nem o meu irmão, temos planos nesse sentido. Fiquei a bater um pouco mal este fim-de-semana por causa disso. Não conseguia deixar de pensar, que iria ser um dos principais motivos do términus deste ramo familiar. Que seria um dos últimos e um dos corresponsáveis pelo fim. Estaria a ser egoísta? 

Num passado mais ou menos longínquo, um blogger perguntou-me isso. Ou melhor, questionou-me se teria sobrinhos. Respondi que não. E ele, assim num desabafado impensado, afirmou: "coitados dos teus pais. Ainda bem que tenho vários irmãos, que me deram vários sobrinhos, porque se fosse filho único, iria fazer tudo por tudo, para que os meus pais tivessem, pelo menos, um neto". Aquilo feriu-me de morte. E nunca deixei de "moer" o assunto até os dias de hoje. Até que ponto teremos/tenho essa "obrigação"? E uma vez mais: estarei a ser egocêntrico? É pah, mas também acho que não nascemos todos para ser pais, e essa condição não é para qualquer um.

domingo, abril 17, 2022

Aniversário 2 - lobo3malhado



Em bom rigor, este blogue NÃO FAZ DOIS ANOS. Mas este blogue é um re-brand (ai que chique que me sinto a escrever assim) do blogue original, que nasceu a 17 de abril de 2020, e que já lá tinha a palavra "Lobo". Foi um projeto que nasceu em pandemia, e surgiu na necessidade de voltar a (re)povoar a blogaysfera desta blogosfera mundial e intergaláctica. Bem sei que em 2020 apenas escrevi três meses, que depois morri, que depois voltei em 2021, e voltei a escrever só mais três meses (os últimos do ano). Bom, isto tudo foi só para que vissem que sou coerente. No fundo, no fundo, estava com medo de perder os três. Basicamente foi isso. 

Mas para continuar a comemorar estes DOIS ANOS QUE O BLOGUE NÃO FAZ, resolvi recuperar uma ideia que tive no passado, e que me deu um trabalhão do caraças (lá atrás e também, novamente, no presente). Ou seja, fiz mais um Virtual Paper. Embora nesta versão, as pistas "internéticas" terão que ser mais duradoiras e não as posso ancorar nos blogues que gosto, porque arrisco que daqui a um ano isto deixe de funcionar, e é bom que isso não aconteça, tendo em conta o trabalhão do caraças (volto a sublinhar) que "isto" me deu. Já mencionei que esta iniciativa me esgotou? Que estou de rastos psicologicamente e assim? Quase ligado à máquina?

Não estou com grandes expectativas na interação, portanto, o grau de participação deve rondar zero, abaixo de zero aliás, mas quando "bater a bota de vez", este blogue irá valer bué de criptomoedas e quem responder às perguntas, que escondi algures por ai, levará parte da herança. Ou talvez não. Ou talvez sim. Teremos que esperar para ver. Não digam depois que não avisei. 


Então vamos ao que interessa? Preparados? Então vá, aqui estão as condições do desafio

Aniversário 2 - lobo3malhado - publicação especial de aniversário


terça-feira, abril 12, 2022

Quotidiano Mundano - Derrotas



Well, well, well, acabou por acontecer aquilo que eu já suspeitava, mas não queria admitir que se iria concretizar. Bom, assumo que quebrei. Estou quase a declarar derrota, mas ainda me mexo. Isto de acordar todos os dias úteis com as galinhas, para ir ao ginásio e fazer um curso profissional de noite, às segundas-feiras, terças e quintas, até às 22h30m, tem-me deixado de rastos. Tem-me deixado rebentado e não é no bom sentido - "antes fosse e Deus me oiça". E convenhamos, já tenho uma certa idade. By the way, fiquei bem lixado esta semana ao saber que sou mais velho que o Trumps. Que grande cagada. Dass. 

Depois, as coisas lá no trabalho também não estão famosas e ando com um grau de tolerância abaixo de zero. Não tenho paciência para a minha colega "lateral", a que ninguém dá atenção em casa, e acha que só porque trabalhamos juntos, que a tenho que a aturar. Para complicar ainda mais a cena, ela não fala, ela BERRA! (como a outra que não anda, desfila) e todos os dias saio dali com uma dor de cabeça que chega a Barcelona. Mas segundo ela, ultimamente tenho andado com muito mau feitio, e portanto tem estado calada. Fodasse? Calada onde? Só se for na Cochinchina. Isto de se viver em mundos paralelos tem muito que se lhe diga. 

Neste sábado que passou, tive um jantar com amigos, e a meio do mesmo, alguém teve a brilhante ideia de combinar num fim-de-semana próximo, uma saída ao Bairro e posteriormente ao T. Até chorei para dentro. Com este ritmo e com 41 (quarenta e um!!!!!) anos vou precisar de dormir decentemente, pelo menos, durante 3 dias. Caso contrário, vou a andar a arrastar-me Bairro acima (e Bairro abaixo - isto parece um anúncio do Fairy), a babar-me de sono. Como se isso já não fosse drama suficiente, ainda me dizem "o T agora é só pessoal de vinte e tal anos". Caraças, pah! O que vou fazer para ali?????? Já tenho idade para ser pai daquela gente toda! Bem sei que no Instagram recebo algumas mensagens a perguntar "queres ser o meu Daddy?" - estou a revirar os olhos quando escrevo isto - mas quer-se dizer... não... Não quero ser o "paizinho" de ninguém. Quem é que me pode indicar a porta de emergência deste estabelecimento? Ou um local para sair à noite acima de 35 anos - sem ser o Centro de Dia da Madragoa? 

Obrigado e adeus.       

sábado, abril 02, 2022

Desabafos - Exposição Corporal



Contando com o Paulo, já hibernaram dois bloggers desde que regressei. A blogosfera está mesmo a passar um período muito penoso, com falta de projetos que a mantenham ligada à máquina. Vivemos sem dúvida, e como já escrevi imensas vezes, numa época que a imagem é tudo. Aquela "cena" de que os "olhem comem" é tem dúvida o mote para esta nova era. Não é de estranhar portanto, que a blogaysfera também tenha acompanhado a tendência geral e se tenha espalhado pelo Instagram, OnlyFans e Twitter - by the way, criei uma conta pessoal no Twitter na quinta-feira, e ontem já não a podia abrir junto dos meus colegas de trabalho, devido à quantidade de pornografia que me aparecia no feed.

Além de ser uma pessoa muito visual (sempre o fui), também sou muito voyeur, mas consciente disso, e contra mim falando, tenho que aceitar que já estamos a entrar no exagero da "coisa". A nossa capacidade de imaginar e fantasiar, está a ficar comprometida. O erotismo está a perde-se na espuma do óbvio. Porque além da preguiça mental, que nos começa a invadir (e portanto acabamos por perder qualidades em dissecar os assuntos), a indiferença começa a ganhar terreno. Ou seja, aquela crush do Instagram por quem nós suspiramos, mais tarde ou mais cedo, ou acaba toda despida no Twitter ou no Onlyfans. Ou nos dois. Sozinha ou acompanhada. E nós, apenas conseguimos pensar; "ah sim, mais um", perdendo-se assim, um qualquer interesse utópico e/ou platónico, porque aquele momento de imaginação mais atrevida acaba por desaparecer para sempre. 

Uma das pessoas que mais tem resistido a este mundo fácil do dinheiro e adoração social, é o israelita Eliad Cohen. Talvez por isso, a capacidade de imaginar o que esconde a sua sunga, o tenha aguentado tanto tempo na ribalta. Parece-me que no dia que o seu "pito" for revelado, acabará por diminuir o interesse no que à fantasia diz respeito. Ou pelo menos, se a exposição corporal for controlada, poderá garantir uma maior base de fãs - mesmo com a ajuda de um nude ou outro. Mas se for algo continuado, e com uma dimensão cinematográfica de filmes para adultos, acho que poderá ser um efeito de indiferença. Acabará por ser apenas mais um, num mundo onde todos batalham pela mesma audiência - mas que atingirá um ponto que não chegará para todos. E embora seja algo que ache que nunca faria, não sei o dia de amanhã - e como não quero ser como aquele personal trainer gay português pseudo-famoso das redes sociais, que afirmou em tempos que "o OnlyFans era para atores pornográficos de 5€", e onde acabou por se estabelecer com o namorado a fazer também esses filmes caseiros - não quero cair no erro de dar lições de moral. Cada um sabe de si.   


Mas as perguntas que ficam são: será que a fantasia e a capacidade de imaginar, ficam comprometidas com tanta exposição corporal, ou apenas faz aumentar o desejo? Não será melhor salivar pelo "presente", para desembrulhá-lo na altura certa? Ou será indiferente? Ou mostrar só às pessoas certas é que fará sentido? Ou mostrar a toda a gente, desde que se pague, porque toda a gente tem um preço?