quinta-feira, março 03, 2022

Introducing: Viktor Pylypenko



O Viktor Pylypenko é ucraniano. Soldado do Exército da Ucrânia. E gay. E atualmente, encontra-se a combater a invasão russa da sua pátria. É ainda veterano de guerra, porque o inimigo já não lhe é estranho, uma vez que combateu no leste do país, os separatistas pró-russos apoiados por Moscovo. 

Assumiu a sua homossexualidade em 2018, com o propósito de demonstrar que existiam pessoas LGBTI+ nas fileiras de combate, tendo cofundando uma organização não-governamental, para o apoio desta minoria dentro das Forças Armadas do seu país, promovendo assim, a tolerância e direitos iguais no exército. 

Afirmou à Reuters em 2021, que "acredita que ter mais pessoas LGBTI+, a servir nas Forças Armadas, uma instituição muito respeitada na Ucrânia, pode ajudar a superar o preconceito em relação às minorias sexuais na ex-república soviética". Portanto, como devem imaginar, neste momento em 2022, e existindo a possibilidade de voltar a ficar sob domínio da Federação Russa (ainda que de um modo indireto), significará menos Liberdade e mais perseguição na Ucrânia. Implicará um retrocesso no tímido avanço nos direitos das pessoas LGBTI+ neste país, porque como já sabemos, o regime de Putin odeia e combate esta franja da população, enviando-a para campos de concentração e/ou "reconversão".

[toda a notícia e entrevista AQUI]

[e podem ler ainda, a incrível história da captura de soldados russos no escritório de grupo LGBTI+ no site esQrever AQUI]



De todas as pessoas que trouxe para esta rubrica, que roça um bocadinho a futilidade (confesso), esta partilha é de longe a mais importante. A mais séria. A mais dignificante. O Viktor, como se diz em bom português, "tem uns tomates do caralho" e podem acompanhá-lo no Instagram AQUI. Espero que tenha sorte na sua demanda, e que consiga sair dela sem preocupações de maior - porque infelizmente o desfecho de tudo isto parece ser terrível e inevitável. 


Termino com um: "Viva a Ucrânia!", confiante na derrota de Putin. Porque só assim o mundo fará sentido. 

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