segunda-feira, fevereiro 28, 2022
[mais] Ucrânia
quinta-feira, fevereiro 24, 2022
Ucrânia
Escrevo isto cheio de revolta. Apetece-me gritar e chorar ao mesmo tempo. Pela impotência de não conseguir fazer nada que possa fazer a diferença. Que consiga fazer a diferença. Mesmo que me tornasse um Kamikaze e me implodisse no centro de Moscovo, isso não iria causar nenhum dano. Nada. Zero. Nicles. Sozinho, não iria conseguir ajudar ninguém, nem mudar o curso da história. Portanto, o que poderá fazer um homem comum nestas circunstâncias? Esperar? Desesperar? Aceitar? Resignar?
Poupem-me ao cinismo. Não me falem da Síria, do Iraque, da Coreia do Norte ou até mesmo da Arábia Saudita. Claro que existem outras guerras, noutras latitudes. Noutros contextos e noutras bitolas. Mas o que estamos aqui a falar é de uma guerra que acontece aqui no nosso quintal. De um conflito, que poderá levar a que todos os países do mundo sejam obrigados a tomar uma posição, e daí, entrar numa espiral de violência. E porque não dizê-lo: numa terceira guerra mundial.
Choca-me ver os pais a colocar "avisos" do tipo sanguíneo dos seus filhos, nas suas roupas, para que em caso de ferimento grave, alguém os possa socorrer de forma acertada. Fico com pele de galinha, quando vejo os pais a despedirem-se dos seus filhos e familiares próximos, sem saber se foi o último dia que estiveram juntos. Que foi a última vez que se olharam. Desespero-me e revolto-me aqui sozinho, por saber que todos os LGBTI+ serão perseguidos, muitos enviados para campos de concentração, e outros, mortos nas mãos da ignorância. Fico sem reação, quando ouço que os homens entre os 18 e os 60 anos, estão proibidos de sair de território Ucraniano, e só consigo pensar no seu desespero. Naqueles miúdos ainda adolescentes, que só tinham sonhos e uma vida pela frente.
Não tenham ilusões. Não ficaremos imunes. As ondas desta invasão chegarão até nós. Porque tudo será muito pior do que possamos imaginar. Existem planos para violentar e exterminar ucranianos. Desaparecerão os direitos humanos. Ficaremos revoltados pelas parcas notícias que chegarão até nós. Pelo que já sabemos, é assim na Rússia, portanto não será diferente na Ucrânia. Existem, atualmente, campos de concentração na Crimeia para presos políticos, para opositores, para LGBTI+, e para todos aqueles e aquelas, que confrontam o regime de Putin - sei-o por pessoas que conhecem esta realidade. Não são fakes news. São realidades cruas, desprovidas de empatia. Se calhar, os comunistas portugueses, do Partido Comunista Português, deviam de saber uma "excursão" até lá, porque a sua posição sobre este assunto, é no mínimo asquerosa. Para não escrever nojenta.
E de quem é a culpa? É nossa. No plural e no singular.
quarta-feira, fevereiro 23, 2022
Introducing: José Lopes
Já sei que me vão dizer "e novidades?", mas a vida é mesmo assim. Este blogue é meu e eu publico o que me der na real gana - olha para mim a ser independente e emancipado, mesmo apenas com 4 horas de descanso em cima.
Ontem (se não foi ontem, corrige-me se faz favor), um antigo blogger (cujo blogue ainda existe, mas não é atualizado desde 1817), mandou-me uma fotografia do José (não o trato por "Zezito" porque não o conheço ao vivo, e não há margem de manobra para esse tipo de "confianças") a dizer "acho que tem cara de bom tipo". Tem. Embora pessoalmente gostasse mais da versão "75kg com 20% em Cartão Continente".
Acho-o muito nham nham (e está na minha pasta do Instagram com esse nome). Por acaso. Só por acaso. Um acaso do acaso. Vá, assumo, ele é giro, "hot" e cenas conexas. E até era capaz de o convidar para jantar fora - tivesse eu "disponibilidade" para isso. E outras coisas mais, vá.
E sim. Não é que vocês já não saibam o endereço do perfil do rapaz de cor (@lopesfitness2.0), mas como eu sou bom, deixo ficar aqui um link bem catita.
E agora, vou mas é dormir, que já ia batendo com a cabeça no monitor do computador 3 vezes.
terça-feira, fevereiro 22, 2022
Opinião [muito própria] - Liliana Almeida
Foi com alguma surpresa (e perplexidade), que vi em inúmeras caixas de comentários, de algumas páginas LGBTI+ que sigo, considerações feitas por LGBTI+, a criticar a bissexualidade da Liliana Almeida (ex cantora das Nonstop e concorrente ao Big Brother Famosos - Portugal).
Bom, cada um é livre de ter as suas crenças pessoais sobre a bissexualidade (eu tenho as minhas, e confesso que estou a desconstruir o que sempre pensei a respeito, porque há mais vida além dos meus pré-conceitos), mas ninguém tem o direito de afirmar que a miúda "precisa de terapia", "que anda enganada" e "que sempre andou com mulheres e só agora é que se lembrou dos homens". Tipo, menos. Muito menos. Sosseguem os vossos pipis e pilinhas, porque cada um sabe de si, e saberá aquilo que sente - sexualmente falando. Da mesma forma, que qualquer pessoa, amará quem quiser amar - e a vossa opinião, é isso mesmo, "vossa". E não, não estou a referir-me a relacionamentos abusivos neste texto. Escrevo sim, sobre uma coisa muito concreta: bissexualidade. Ela existe. Ela é real. E portanto, é lidar com isso. Mesmo dentro da comunidade LGBTI+, onde o preconceito por vezes surge onde menos se espera. Até porque ninguém tem de compreender, apenas tem de aceitar.
Conheci há uns anos atrás, um rapaz em Espanha que encontrou a felicidade no Poliamor. Se para mim fazia sentido na altura? Não. Mas quem sou eu para dizer que A ou B estão errados? Desde que todos os envolvidos aceitem as "regras", e sejam adultos e responsáveis, ninguém é ninguém para criticar. Do mesmo modo, que tenho alguma dificuldade em perceber relacionamentos a três (denominados "trisal"), simplesmente porque é algo que acho que não funcionaria comigo. Mas não é por eu pensar desta forma, que tenho o direito de julgar. Há tanta diferença neste mundo (e ainda bem), que por vezes os LGBTI+ parecem que fazem aquilo que tanto apontam nos outros. Catalogar. Discriminar. Rebaixar. Diminuir.
Precisamos de mais empatia pelo próximo. E respeito.
segunda-feira, fevereiro 21, 2022
Parvoíces
domingo, fevereiro 20, 2022
Passados - Blogues
Estava a ler a publicação d'A Gaja, chamada "Dar corda a palhaços", na sua página de Facebook, quando estacionei neste ponto do texto:
(...) A primeira coisa que ele disse aos amigos, ainda nem sequer namorávamos, foi "ando com A Gaja". Não a Raquel. A Gaja (como se, na escala real das coisas, eu fosse alguém). Aquela pessoa era tão patética que achava que ia conseguir sabe-se lá o que através de mim. (...)
sábado, fevereiro 19, 2022
Dramas - Falta de tempo
E pronto. É oficial. Estou a ficar sem tempo para fazer tudo o quero. Ando a correr durante a semana que nem um louco, e mesmo assim não consigo esticar a minha disponibilidade. Tenho horários para tudo, mas há coisas que estão a ficar para trás. Portanto, resumidamente, e em 2 palavras, estou a ficar PO-DRE. E com um ar de quem vai bater em alguém em qualquer momento, sem motivo aparente para o fazer - ou seja, quase que não consigo responsabilizar-me pelos meus atos.
O que precisava mesmo, eram de umas férias de longo alcance. Nas Maldivas, ou outro local qualquer para não fazer nenhum. João Cajuda, se fores um dos leitores deste blogue, já sabes: estou disponível para ti, desde que me ofereças a viagem. Caso contrário, eu posso até pagar, mas o máximo que iremos, é até Cacilhas. Com sorte, ainda te pago o jantar. Fica o desafio.
Nos dias melhorzinhos, acordo às 5h40m para ir ao ginásio (que já consegui ir duas semanas seguidas, desde que recomecei - é a loucura, senhores, é a loucura), de onde saio às 8h50m para ir trabalhar. Depois faço pausa para almoço das 13h00m às 14h00m, e "despego" às 17h30/40/50. Mas antes de ir para o recanto do lar, ainda bebo um café na esplanada. Finalmente, quando entro em casa, é arrumar o saco do ginásio para o dia seguinte, fazer a comidinha, tratar da roupa, ver as novidades na blogosfera ou um pouco de televisão, e morrer a seguir na cama. Nos piores, é isto tudo, com aulas das 19h30m às 22h30m.
"Mas ainda tens o fim-de-semana" - atrevem-se alguns de vocês a dizer. "Clarooooooooo.... que tenho" - respondo cheio de ironia, só para não espancar ninguém. Mas no sábado, é quando consigo dormir até mais tarde, mas ainda assim, tenho que me levantar antes do almoço com a família, para rapar o cabelo (é um dos problemas de ser careca, a manutenção dá muito trabalho), dar um jeito na barba e vestir algo confortável. Depois de noite, ou vou jantar fora, ou vou estudar - hoje vou jantar fora, by the way. E domingo, esse belo dia? Bom, serve para deprimir, ir às compras para a semana, beber alguma coisa numa esplanada qualquer e pronto. Fica feito. Fantástico não é? Ainda bem que já não tenho idade para sair à noite, caso contrário não sei como iria arranjar tempo para dormir.
E agora que já me queixei, vou ali fazer cenas.
quinta-feira, fevereiro 17, 2022
Palavra do Instagram ao Exibicionista
"Se nas tuas stories, publicares coisas fofinhas, quase ninguém reagirá.
Contudo, se publicares piadas ou memes, algumas reações terás.
Mas se mostrares uma foto do peito inchado, mensagens não te faltarão."
Foi que aconteceu hoje (LOL).
Eu nem sei porque é que ainda me esforço a fazer conteúdos de jeito.
quarta-feira, fevereiro 16, 2022
Blogosfera
Estava a ler um blogue político, e acabei numa publicação que dizia que os "blogues tinham morrido". Que a blogosfera tinha entrado num estado de abandono, e que tinha sido substituída pelos Facebook's, Instagram's e Tiktok's desta vida. De certa forma, não deixa de ser verdade se verificarmos o estado dos blogues portugueses de maior sucesso. A maior parte destes projetos não são atualizados faz tempo, porque estão simplesmente "deixados ao Deus dará", quase moribundos, para não dizer que muitos deles estão mesmo mortos. Outros houve, que migraram para outras plataformas e agora vivem de perfis de Insta-coisas e Tik-music-Toques. E por arrasto, obviamente que a blogaysfera não é/será diferente. Desde os primórdios da cena, muitos blogues apareceram, e também muitos fugiram do nosso quotidiano. O Sitemer também se eclipsou da medição do número de visualizações, e portanto, ficámos sem um local onde podíamos ver o Top dos blogues mais lidos em Portugal, ou simplesmente descobrir novos projetos de leitura. O Blogs Portugal teve o mesmo destino.
Posto isto, não acho que os blogues tenham morrido. Ou o ato de ler um blogue tenha desaparecido. Acho, que eventualmente, não haverá assim tantos projetos interessantes, que amarrem as pessoas todos os dias na blogosfera. Que as "obriguem" a mergulhar na imensidão do universo dos blogues, e que as faça permanecer. Ficar. Descontrair e partilhar. Da mesma forma que "uma andorinha não faz a primavera", um (dois, três ou quatro) blogue(s) não faz uma blogosfera. Ou uma blogaysfera.
Por oposição a este comportamento, temos um universo mais disperso na interação. Não só por culpa da falta de bloggers, mas sim, porque hoje também vivemos numa sociedade onde o tempo passa mais rápido (o que aconteceu há 5 minutos atrás, já está desatualizado), e onde a questão visual assume uma importância extrema, porque é mais imediata. Mais fácil de apreender. É um "pronto a consumir", sem se pensar muito no assunto. Além disso, a maior parte das nossas interações "virtuais" utilizam um telemóvel. E ler um blogue neste tipo ecrã, não tem nada a ver com a experiência de um engolir num computador (e sim, neste capítulo, o tamanho faz a diferença, e quanto maior, melhor). São formas distintas de viver o assunto. Porque ler um blogue é mais do que isso. Exige tempo. Dedicação. E disponibilidade. Obriga-nos a pensar um bocadinho mais nos assuntos - até porque os caracteres serão sempre mais, do que aqueles que encontramos nas redes sociais instantâneas desta vida.
E esta publicação, não é para ser nenhum queixume ou diagnóstico mais ou menos profissional do estado da nação "blogótica". O seu propósito, é apenas ser uma âncora para memória futura. Ou seja, se conhecerem projetos novos, ou até já velhos, mas que mereçam algum destaque, podem deixar nos comentários. Desde já agradeço. E os membros da blogosfera também.
Em alternativa, se alguém se lembrar de algum blogue que gostasse muito que voltasse, que renascesse das cinzas como uma Fénix, deixem também nos comentários, pode ser que o seu autor ande por ai, caia aqui de paraquedas e volte ao ofício. Tentar não custa.
terça-feira, fevereiro 15, 2022
Canção do dia - Ginger Ale - Diana Castro
segunda-feira, fevereiro 14, 2022
airbnb do mês - Alcantarilha, Faro, Portugal
Hoje comemora-se o tradicional dia dos namorados, que antes apelidava de "dia dos coisinhos". Como vou passá-lo com mais 17 pessoas, numa magnífica aula de 3 horas de um curso que estou a tirar, deixo-vos uma proposta, para pegarem na vossa alma gémea/pessoa errada, mas gostosa/ melhor amigo(a) para as quecas e afins/ sujeito(a) que acabei de conhecer no Tinder ou no Grindr - riscar o que não interessa, como airbnb do mês.
Portanto, fevereiro de 2022, traz-nos uma proposta bem catita e romântica para os lados de Alcantarilha, Faro, Portugal. Ainda não saímos do "nosso" pequeno retângulo, mas dêem-me tempo que vou tratar disso. Para já, quero focar-me em propostas nacionais. Porque como diz o slogan: "o que é nacional é bom". Às vezes nem por isso, mas hoje não vamos falar de homens. Adiante.
A sete quilómetros de Silves, encontramos este alojamento inserido numa enorme quinta repleta de citrinos, onde reina a tranquilidade. Porque como dizia o outro: viva o descanso! No exterior do alojamento, encontramos uma piscina simpática com espreguiçadeiras, para que possamos relaxar num dia quente de verão. Todo o complexo está rodeado de espaços verdes, de uma enorme variedade.
Interiormente, dominam os tons pastel, mas de uma forma suave, fazendo-me lembrar a luz ao fim do dia, da cidade de Siena. Dispõe apenas de um quarto, em mezanino, que é acedido através de uma escada de ferro em espiral - ou seja, não se podem descontrolar na bebida com álcool, caso contrário acabam lá em baixo no chão depois de uma valente queda (queda, leram bem, não é com "c").
Os elementos decorativos, também seguem a tendência da cor da casa, uma vez que esta se encontra pontuada com uma mobília em tons beges, exceção feita aos cadeirões em pele, que são castanhos. Tudo dentro da mesma linguagem formal, minimalista, que se quis conferir ao espaço.
No piso 0, encontramos a sala de estar, com duplo pé direito, e com um sofá, que permite uns momentos de contemplação na altura que o sol entra pela enorme janela que existe na sua frente.
Bom, mas vamos a preços. Simulei a estadia para o dia dos namorados, e deu-me um valor de 80,00€/noite. Sendo que é obrigatória uma reserva mínima de duas noites, com uma taxa de serviço de 28,00€, no total estamos a falar de 188,00€. Não acho caro, mas é chato não ser possível escolher só uma noite, mas isto sou eu, que sou esquisito e que me aborreço facilmente num sítio sem grande agitação.
Podem ver mais fotografias aqui, e se forem aventureiros podem reservar já aqui.
Créditos fotográficos: airbnb
E se por uma hipótese muito remota, alguém já conhecer e estiver a ler este blogue, ou ainda, reservar porque leu aqui, por amor da santa, contem-me tudo nos comentários!
Nota: não ganho nada com isso, portanto não tenho nenhum código de desconto para vos fornecer. AHAHAHA
domingo, fevereiro 13, 2022
Domingos
Arrastei-me para fora de casa, porque tinha de ser. Além de ter que ir comprar alimentos para a semana, para evitar depois andar a comer porcaria, estava incumbido de arranjar uma prenda de grupo. Bom, verdade seja dita, eu é que me ofereci, caso contrário já sei que não iria haver nada para ofertar no jantar de aniversário. Assim, vesti a minha roupa de domingo-desportivo-hetero-macho-friendly (o mesmo que calças jogger, ténis - ou sapatilhas se houver aí alguém do norte do país e camisola Adidas) e lá fui eu.
Primeiro ponto de paragem: posto de combustível - que já tinha a viatura quase na reserva. Fodasse, mas quem é que vem para aqui, se não for para colocar gasolina ou gasóleo no carro? A resposta certa éeeeeeeeeee... toda a gente! Não sei como aparecem, de onde aparecem, mas aparecem. Vêm para beber café, para comprar tabaco, pastilhas, bolos, bilhas do gás e eu sei lá mais o quê. Estava cheio de nervos e só me apetecia bater em pessoas. Assim no geral.
A seguir, já com os nervos a querer soltar os demónios todos que tenho no corpo, chego ao centro comercial para comprar a prendinha, que já estava mais ou menos pensada, porque tinha feito um "estudo de mercado", noutro dia, com o aniversariante. Chego à loja e o que vejo? MUDARAM A ROUPA TODA DE SÍTIO! O pânico. O drama. O horror. Juro que estive quase para me ir embora. Juro. Mas respirei fundo e perdi montes de tempo a procurar outras coisas, que se enquadrassem no orçamento. Mas caramba, quem é que muda uma loja de uma semana para a outra? Quem? Quemmmmmmm? Expliquem-me. Enfim. Chega de drama.
Depois, tive a brilhante ideia de ir beber um café. Esqueçam. Pessoas. Pessoas. Pessoas. Pessoas. Pessoas. Pessoas e mais pessoas. Mas não estamos com défice demográfico? Mas de onde é que apareceu esta gente toda? De uma excursão para comprar colchões ortopédicos ou panelas de pressão? Dass.
E já estava tão enervado, que só me apetecia ir para casa. Mas faltava a parte pior: as compras no supermercado. Engoli em seco, peguei no primeiro saco que tinha no carro e meti-me lá dentro sem dó nem piedade. Comecei bem e lá me acalmei. Sol de pouca dura. As pessoas param em todo o sítio. Param os carrinhos lado a lado. Deixam os cestos perdidos no corredor. Correm para pesar as bananas, porque querem ser os primeiros - vá se lá saber o motivo. E olham para o que estamos a comprar, porque se calhar têm algum problema cognitivo que lhes impede de ter as suas próprias ideias. E também acho piada ao marido, que deixa a mulher a pesar as batatas, e fica a fitar-me ali no corredor. Tipo, a sério? Com a tua mulher ao lado? Com essa aliança de ouro, a brilhar mais que o Farol de Alexandria? Poupem-me.
Mas o pior mesmo, aconteceu quando fui pagar as compras. Então, não é que o lindo do saquinho, que tinha trazido sem olhar, era dos pequenos. Ou seja, as compras... NÃO CABIAM! Não cabiam! Não cabem! *respira* Comei logo a stressar. Mas eu, que não tenho uma única pitada de orgulho neste corpinho de 1.69 metros, não quis comprar mais um saco. Pensei, e o ambiente? E as baleias no alto mar? Pensei nada. Pensei é que não ia admitir que tinha trazido o saco errado. Então empilhei tudo o que consegui, meti iogurtes nos bolsos das calças e do casaco e levei os ovos na mão direita, assim em modo acrobático. Rezei à Nossa Senhora Daqueles Que Trazem Sacos Pequeninos Para As Compras e tentei chegar ao carro sem deixar cair nada. Consegui chegar são e salvo. Mas sem evitar olhares "WTF?" alheios das pessoas.
É por estas e por outras que odeio domingos.
sexta-feira, fevereiro 11, 2022
Curva da vida
Sou consumidor de Reality Shows. Assumo. Não os vejo sempre, porque nem sempre tenho tempo, sendo que também não os acompanho sempre, porque nem sempre tenho interesse. E há uns formatos que gosto mais, outros que gosto menos. É como tudo na vida. É saber lidar. Contudo, há um exercício no Big Brother Portugal, que sempre gerou curiosidade em mim. Isto é, como seria a minha atitude perante aquela partilha de emoções e de pedacinhos da minha história? Teria coragem de falar de tudo sem preconceitos? Ficaria retraído perante a ideia de ter milhões de pessoas a assistir? Até que ponto iria? Será que desabava a chorar? Sinceramente, não sei responder a estas perguntas, porque só passando pelas situações é que poderemos ter a noção das coisas. Do que sentimos, de como reagimos e de como conseguimos lidar com episódios nossos, que por vezes já tínhamos deixado esquecidos numa qualquer gaveta emocional.
Seja como for, resolvi assumir o risco e apliquei essa atividade em mim próprio. Sozinho. Fechei-me no meu mundo e comecei a desenhar a minha Curva da vida, com os episódios mais felizes, os mais tristes, e tudo aquilo que me marcou, e que a memória fez o favor de me gravar no meu corpo. Há coisas que voltaram a ter intensidade, outras que já se encontram apaziguadas e outras esquecidas… que afinal não estavam assim tão esquecidas - até porque elas estão sempre lá. Fazem parte de nós. São o nosso ADN sentimental.
Assim, apresento o resultado deste exercício solitário, destacando apenas três pontos positivos, e três pontos negativos - dentro de tudo o que tenho dentro de mim. Não serão os mais felizes, ou os mais graves, mas apenas, o que achei que teria sentido partilhar aqui.
1983: Nasceu o meu irmão. Uma das pessoas mais importantes para mim - mesmo que ele por vezes duvide disso. Sempre fomos muito unidos. Sempre fomos os melhores amigos. Até que um dia, tudo mudou. Talvez a adolescência nos tenha afastado, porque cada um teve que fazer as suas descobertas. Ter as suas conquistas e cometer os seus erros. Não sei. Só sei que quando estive no fundo do poço, foi ele quem me foi lá buscar. Foi ele que me levou ao hospital. Foi ele que esteve sempre lá para mim. E foi ele que me ajudou a lidar com tudo aquilo que eu não conseguia compreender e até aceitar. E se estou cá hoje, a ele o devo.
2003: Terminei o meu curso superior neste ano. Para mim, uma das maiores conquistas da minha vida. Não sei. Parece que tudo custa a acontecer comigo. Parece que tudo sai a ferros. Portanto, este ponto específico é muito valorizado. Concretizei o sonho profissional que tinha desde pequeno, e que nos dias de hoje é aquilo que me paga as contas. Se já pensei mudar de ramo? Claro. Quem nunca? Mas esta componente do meu percurso é a pedra basilar de tudo, e não a quero perder. Por isso é que muitas vezes sonho, que me telefonam a dizer que afinal não acabei o curso e que me falta uma disciplina. Não sei. Isto deverá querer dizer alguma coisa. Não eu não sei interpretar sonhos. Só comê-los.
2008: Aqui, comprei o meu primeiro carro. Algo que nunca pensei que iria fazer, mas que consegui com muito sacrifício (mesmo ganhando menos de 600€ por mês). Adorei aquele Ibiza desportivo de 3 portas. E se aquela viatura falasse... ui ui. Tantas histórias haveria para contar. Risadas. Choros. Discussões. Badalhoquices. Todos os meus namorados passaram por lá (AHAHAH). E não só namorados - cof cof cof.
Neste ano também, concretizei um dos sonhos da minha vida. Conheci Nova Iorque. Uma viagem toda paga por mim, mesmo tendo um ordenado da treta. Foram os 15 dias da minha vida, onde pude viver efetivamente como gostaria. E acima de tudo, gozar de uma liberdade que nunca tinha tido até então. Mas nem tudo foi bom. A minha avó faleceu, quando estava já no fim da viagem, e não consegui vir ao funeral. Por causa de partilhas de heranças, e de defesas estúpidas das atitudes indefensáveis do meu tio (e sua "muchacha" amestrada), tínhamo-nos afastado nos últimos anos… mas isso não apaga o facto de ela me ter criado desde pequeno.
2015: Partes deste ano, conseguiram marcar-me negativamente nos 365 dias do mesmo. E digo isso, porque comecei a ser perseguido no meu trabalho (pela Administração), coisa que até então, sempre imaginei impossível de acontecer. Nunca tinha dado importância à questão do assédio moral até esta altura. Não sabia bem o que era, até ver o meu trabalho todo ser escrutinado pela jurista do departamento à procura de falhas (que nunca as encontraram), e de ser convocado para reuniões com pessoas externas, e depois ficar lá sozinho a explicar decisões que eu nem sabia muito bem quais eram. A humilhação era uma constante e as faltas de respeito também. E tudo isto, porque fui apanhando numa conversa pessoal, já fora do local/hora de trabalho, onde nem sequer abri a boca para dizer o que quer que fosse. E só me apercebi do estado em que estava, quando num sábado, em convívio com amigas minhas, elas me perguntam como estava o trabalho, e eu, começo a chorar sem parar. A resistência a ir para o trabalho, e a desmotivação, afinal tinham significado.
2018: Não posso afirmar que foi o ano pior da minha vida até então, mas foi um dos piores. Aos 37 anos, pela Páscoa, tive um AIT. Fiquei paralisado, por alguns minutos, do meu lado direito e fiquei com a fala arrastada. Obviamente, que fui parar ao hospital nessa noite e fui transportado por um "tinonin". Nunca se descobriu a causa, mesmo tendo gasto imenso dinheiro em exames complementares. Foram muitas vezes, etapas que passei sozinho. Demasiadas vezes sozinho. Sozinho nos médicos. Sozinho no medo de ficar paralisado. Sozinho no sono que durante meses nunca foi regular. Posso dizer, que no resto deste ano, não dormi uma única noite seguida. Tinha sempre imensos pesadelos. Por vezes, chorava, e acordava muitas vezes com a sensação que estava a ter novamente outro ataque. Fiquei com uma dor permanente no braço direito, que demorou anos a passar e que me deixava por vezes limitado. Não vou mentir, e dizer que não pensei o pior. Pensei. Pensei que se morresse, talvez ninguém sentisse a minha falta. Senti aquelas cenas parvas, que sentimos quando passamos por situações idênticas a esta. Senti que estava farto e senti que não merecia. A verdade, é que ninguém merece, porque estes episódios acontecem (quase) sempre sem motivos de força maior.
2019: Estava eu ainda a reconstruir-me, quando recebo a notícia da morte do meu melhor amigo. Foi um soco no estômago. Um arrancar de algo dentro de mim, que ainda não sei bem o que foi. Sozinho na hora de almoço, quando soube, chorei no carro. De uma maneira descontrolada, quase infantil, porque não conseguia perceber o motivo. Porque ainda… não o consigo entender. Pelo mesmo motivo, chorei compulsivamente sozinho, no dia do enterro. Foi duro. Muito duro. Tínhamos a mesma idade, e fazíamos anos quase na mesma altura - tínhamos um dia de diferença. Não sei. Projetei-me naquela morte, como sendo a minha. Pensei em tudo e pensei em nada. E não sendo eu, uma pessoa que gosta de partilhar o que sente com os outros, vi-me novamente num caminho solitário que me atirou para uma pseudo-depressão, que me fazia arrastar da cama para o trabalho e para a minha vida quotidiana obrigatória. Tudo ameniza é um facto, mas o vazio não desaparece.
E agora, desafio-os a abrir a vossa cronologia e publicar a vossa Curva da vida, no vosso blogue. Quem sabe se não temos pontos em comum? Aliás, tenho a certeza que temos. Não falamos é disso. Porque se forem como eu, sentimentos é para guardar bem cá dentro, porque podem ser entendidos como uma qualquer fraqueza.
quinta-feira, fevereiro 10, 2022
Conjugalidade(s)
Bip Bip: Hoje estou com problemas no telemóvel.
(devido ao ataque informático à Vodafone)
E eu, com a minha graça natural, respondo: Foram os soviéticos lol
E recebo a contrarresposta: Foi o Putin lol
Ao que eu remato: Sim, o Putin d'Ovos AHAHAH
Bip Bip: A sério????
Às vezes até me consigo surpreender a mim próprio.
terça-feira, fevereiro 08, 2022
Sentimentos para hoje: determinação
Menina da receção: já não o via há muito tempo.
Mexe no computador.
Menina da receção: pois… já não vinha ao ginásio desde final
de setembro do ano passado.
Eu: Ah sim – risinhos parvos – Pois. Foi o trabalho. Depois
foram as férias… o Natal… a passagem de ano… E o frio. Muito frio.
Oficialmente 4 meses. Acho que foi o meu recorde. Nunca estive
tanto tempo afastado de um ginásio. Retomei hoje (quer dizer, pela hora, já foi
ontem) a atividade física num espaço colaborativo – porque em bom rigor já
tinha feito dois treinos em casa (uau, uma loucura). Agora, mais do que nunca, e por motivos de
saúde, tenho mesmo que me aplicar. Não posso facilitar muito mais do que já facilitei,
caso contrário, o senhor doutor, vai moer-me o juízo até mais não. A (pouca) massa
muscular que tinha, foi toda à vida, e estou a contar com a minha memória muscular
para conseguir recuperar, tudo aquilo que for possível recuperar, até o verão. Não tenho muito tempo, mas é o que tenho.
Também ainda não abandonei a ideia de complementar os meus treinos individuais com uma sessão (ou duas) de personal trainer. Andei a ver os preços e pronto: tudo pela hora da morte (mais valia namorar um). Inicialmente, queria um profissional que fosse gay. Não sei bem porquê, mas achava que seria mais fácil perceber o “meu lado”. Perceber a obsessão que tenho em olhar-me ao espelho, e não gostar do que vejo. E entender um pouco o facto, de odiar ser magro, porque sempre fui assim. Sempre tive uma extrema dificuldade em ganhar músculo, mesmo fazendo as refeições todas direitinhas. Bom, vamos excluir a parte da barriga, que essa é a única que cresce – e com a idade tem vindo a piorar.
Contactei os poucos profissionais gays, que encontrei e conhecia, e era tudo uma grande dificuldade. Tudo muito complicado, “aí não dá”, “aí não me apetece”, “aí não sei o quê”, “aí não quero esse trabalho”, “aí, aí, aí, aí”. Se fosse para pinar, talvez tivesse mais sorte. Mas pronto. Desisti e voltei-me para os héteros, porque pensei: bom, estes devem querem trabalhar e não devem ser homofóbicos. E assim foi. Encontrei um, com um preço super fixe, e simpático. Problema: comecei a fazer um curso profissional e até junho deixei de ter vida. Espero conseguir manter os treinos individuais até lá. Porque pagar por pagar, já paguei todos os meses que não fui ao ginásio, só para ter aquela sensação de conforto do: "pode ser que faça efeito na mesma". Mas não faz/fez.
Mas o importante agora é a mentalização do seguinte: até o verão
tenho de ficar #grosso (como se alguma vez o tivesse sido! Pfffff). Ou então não há sungas para ninguém. Nem mar, nem piscina, ou até mesmo ribeiras manhosas, porque só vai existir mesmo, a casa de banho cá de casa. Ah, e banhos de sol… só na varanda. De preferência sem olhares indiscretos.
segunda-feira, fevereiro 07, 2022
Canção do dia - Fado Abananado - Catarina Rocha
domingo, fevereiro 06, 2022
Amizades
Também as minhas amizades LGBTI+ são reduzidas. Não sou aquele tipo de gajo que faz stories no Instagram com os 30 amigos gays. Não só porque não os tenho, mas também porque acho que é difícil trazer pessoas para a família que escolhemos, que valham a pena. A verdade, é que gosto de ter um núcleo de amigos pequeno, que seja fácil de gerir e que se complemente. Já fui demasiado traído por amizades no passado, a quem confiei a vida, para ser tudo assim tão simples. Com o tempo, tornei-me ainda mais desconfiado. Perdi e ganhei amigos, como é normal no percurso natural da vida. Uns foram porque se chatearam, outros porque não tiveram o que quiseram/precisavam, outros porque não souberam perdoar, e outros, simplesmente, porque que sim, porque o seu tempo tinha chegado ao fim. Tenho saudades de uns, de outros nem por isso. Dos meus amigos gays que ficaram, e que posso considerar grandes amigos, tenho dois que emigraram e um que só vejo uma vez por ano e mora quase ao meu lado (e que está sempre a arranjar desculpas para não nos encontrarmos).
Mas o meu melhor amigo, aquele que sabia quase tudo de mim, morreu faz dois anos. Isso tornou-me uma pessoa triste por dentro. Uma pessoa diferente. Uma pessoa que pensa muitas vezes, se alguma vez nos iremos encontrar de novo, noutra dimensão. É impossível esquecer uma perda desta magnitude, até porque estava colada à minha pele. Ao meu caminho de descoberta de quem eu era, e de quem eu sou, desde o tempo do mIRC. Desde o tempo que falávamos em salas de chat como a #gay, a #gaybetos ou a #bibetos. Desde o tempo, que os nossos nomes eram os nossos nicknames e não nos preocupávamos com aqueles que estavam registados oficialmente. Nunca tinha tido amigos gays até então, e ele foi o primeiro. O que teve paciência. A quem contei os meus segredos mais profundos. Aquele que não me julgou. Aquele que me estendeu a mão quando estava no fundo do poço e aquele que me motivava quando eu estava na merda. Podiam passar meses sem que nos falássemos, mas bastava uma troca de mensagens e parecia que tínhamos acabado de estar na parvoíce há 5 minutos atrás. Tenho saudades dos nossos jantares a dois no Bairro Alto, dos copos no Purex (onde eu já bêbedo fui ter com o segurança, e além de lhe ter dito que ele era giro, perguntei se era gay - e que não era), dos nossos dramas sentimentais, que compartilhávamos de forma a gerar empatia, e de tanta coisa que me preenchia, mas que de um momento para o outro... desapareceu. Apenas ficou um grande vazio. Fazer amigos nunca foi fácil para mim. Amigos gays muito menos. E tenho a noção, que este lugar que ele deixou, será insubstituível. Mas atenção: não sou uma pessoa amarga. Sou uma pessoa cada vez mais realista face aos sentimentos.
E posto isto, vou ali até um centro comercial da periferia de Lisboa, ajudar um outro amigo a comprar uma fatiota para o seu aniversário. Bom domingo!
sábado, fevereiro 05, 2022
Casamentos: Luca + Björn
sexta-feira, fevereiro 04, 2022
Confessionário 2
É pah, eu também tinha complexos em ficar nu ao pé dos meus colegas do preparatório e do secundário (mas confesso, que o assunto era muito mais problemático neste último grau de ensino, porque antes ainda tomava banho na escola). No meu caso concreto, mais do que "tamanhos", era mesmo por ter uma certa vergonha de estar completamente em pelota, com outros homens, no mesmo espaço. A vida dá tanta volta, não é? Só comecei a encarar a coisa, com mais tranquilidade, quando comecei a frequentar o ginásio, e aí sim, desse por onde desse, não iria sair dali sem um banho tomado. Talvez hoje até esteja demasiado confortável com isso (AHAHAHAH).
É claro que um problema de autoestima física, é um problema. Mas isso só cabe a nós mudar. Fazer exercício físico para continuar magro, musculado ou ser fitness body-cenas, pintar ou rapar o cabelo, fazer tatuagens ou whatever. Provocar alguma mudança naquilo que vemos. Eu odiava os meus dentes (entre muitos outros pormenores, mas isso agora não interessa nada), e tratei do assunto. Não voltei a ter problemas em a abrir a boca. Talvez hoje até demais (AHAHAHAH).
A questão do tamanho... é o que é. Bem sei que existe uma certa pressão mediática para a pessoa se estabelecer dentro de determinado padrão... digamos, peniano. Mas o que fazer? Temos que jogar com o que temos. Como costumo dizer, antes bonita que "dinossáurica". E não estou a desvalorizar o assunto, apenas estou a tentar demonstrar, que existem outras partes a que podemos dar destaque, e que depois o outro lado nem se vai aperceber do que quer que seja - estou a falar do tamanho ok?
Aqui, neste caso específico, parece-me que vinte daddy-nossos, intercalados com cinquenta agachamentos, poderão garantir uma absolvição catita.
E vocês? Têm algo a confessar? Podem fazê-lo AQUI!
quinta-feira, fevereiro 03, 2022
Coisinhas - Nomes no sexo
Por causa de um comentário do Francisco, lembrei-me de um assunto de extrema importância. Estou a falar da utilização de nomes, tais como; "filho da mãe", "putinha", "malandro", "safado", "sacana", "cabrão" e outros similares no sexo. É um sim? É um não? É um depende da circunstância? Depende da forma como se diz? De quem diz? Do que se diz?
Bem sei que o sexo é carnal. É físico. É "bruto". Contudo, sempre tive uma visão muito romantizada da cena, e confesso que algumas das expressões acima mencionadas, são algo que me incomoda um pouco (a maior parte, vá). Pelo menos, se forem usadas por um "estranho". Isto é, se avançasse com alguém para um caso de uma noite (que até poderia acontecer, mas não com qualquer um, porque sempre tive um bloqueio qualquer neste tipo de situações), e se a pessoa me chamasse "filho da mãe" (ou outra coisa pior) na cama, era meio caminho para ficar todo baralhado dos neurónios e ir embora. Aliás, já me aconteceu, num passado longínquo, estar com uma pessoa (que até tinha confiança), e entre chamar uns nomes e pedir que se chamasse outros, fez com que a minha tusa emigrasse até Catmandu - até porque ninguém chama, ou pede para ser chamado de "putinha". Mas se tiver que escolher entre "cabrão" e diminutivos de palavras parvas, que seja a primeira opção.
Portanto, e como seria de esperar, a minha primeira vez não teve nada disso. Foi com a pessoa certa, sendo a pessoa errada (é "hétero", hoje está casado com uma senhora e mora no estrangeiro). Mas acabou por ser uma cena fofinha, cheia de carinhos e assim, e acho que foi como teve de ser. Até porque foi bom. Muito bom, aliás. Mesmo ele sendo militante do CDS (AHAHAHAH).
quarta-feira, fevereiro 02, 2022
terça-feira, fevereiro 01, 2022
Coisinhas: Onlyfans
Tenho um amigo, que estava muito chocado porque não-interessa-quem, tinha comprado um carro elétrico e um apartamento de luxo com o dinheiro que tinha ganho na plataforma OnlyFans (se não sabem o que é, pesquisem - mas não no trabalho s.f.f.). Por mim, acho bem, porque a malta sempre gostou muito de ver um empreendedor em riste ou a penetração de um mercado financeiro. São os novos liberais deste país. Enfim. Eu só acho é que deviam ser taxados como eu sou, no que diz respeito a rendimentos de trabalho. Sim, porque posso não ter um OnlyFans, e não fazer vídeos pornográficos caseiros, mas que sou enrabado todos os dias no trabalho, sou. E não sinto nenhuma valorização por isso. Muito pelo contrário.
E não, não vou criar nenhuma cena do género. Sou uma pessoa doente.