quarta-feira, janeiro 12, 2022

Sentimentos para hoje: Bipolaridades



Estou farto de queixumes. Estou farto de me ouvir queixar. Disto. Daquilo. De tudo e de nada. Estou farto da minha resignação constante. Estou farto de mim. De procurar culpas externas e internas. De querer mudar e não conseguir. De querer tudo e de nada conseguir. Aliás, todo este texto é a antítese daquilo que pretendo, mas acaba por ser mais forte do que eu. Do que a minha vontade. Parece que sou mesmo marado dos neurónios. 

Mas aquilo que sinto, é que a minha vida tem sempre mais obstáculos que a dos outros, mas se calhar os outros, também pensam que o meu percurso será mais fácil que o deles. A verdade, é que nunca ninguém está contente com o que tem, até porque um sorriso ou de uma gargalhada, nem sempre significa que alguém está, é, feliz. 

Para 2022, assumi um compromisso comigo mesmo. Vou queixar-me menos e fazer mais, mesmo que tenha que correr mais 100 metros que todos os outros. Mesmo que que tenha que saltar mais baias que todos os outros. Mesmo que isso signifique que tenha que sofrer mais do que os outros. A motivação parece aparecer timidamente. A ver vamos até quando dura. O facto inegável, é que a idade não me tem trazido serenidade, calma ou outra coisa qualquer que me me garanta paz de espírito. 

Contínuo a ficar lixado porque algumas pessoas não gostam de mim (mesmo pessoas que não me deviam dizer nada), ou porque estão chateadas comigo só porque sim. Porque não lhe fiz as vontades, porque não concordei com elas, porque não as beijei ou porque não fui para a cama com elas. Permaneço amarrado àquilo que a minha família possa pensar de mim. Que sonhou para mim. Que pensou que eu devia ter feito isto ou outra coisa qualquer. Vivo com a constante necessidade de prova, que apesar de não ser o gajo mais bonito do mundo, tenho algumas coisas boas. Odeio o que vejo ao espelho, mas não verbalizo. Penso que devo ao mundo, mais do que realmente tenho em dívida. E sigo cheio de medo de dar o salto para resolver algumas coisas na minha vida. Olho para trás e vejo que estou onde não queria estar, e vejo que cada vez, fico mais longe daquilo que sempre quis. Não queria, aos 41 anos, estar aqui. Não queria esta vida. Não queria esta luta interna que se intensifica e não me dá descanso. Não queria pensar tanto nas coisas. Mas enfim, é o que temos. Deve ser o síndrome Emily in Paris.  


Mon Soleil 

"You know that some things were just always meant to be
Don't ask the girls
Don't ask the other guys
Sometimes I wonder if you ever gonna see
I'm not like the other girls
You're not like the other guys
I tell you I want you, but you don't listen to me
I guess all I can do is whisper in your ear" 

4 comentários:

  1. Pensa que a alternativa a piorar é melhorar. Porque não?
    Se queres algo que nunca tiveste, faz algo que nunca fizeste.
    Eu foi mais pelos 34 que me dei conta de que a vida podia ser melhor e que bastava de ser vítima das circunstâncias, mas fundamentalmente de mim.
    Dá-lhe gás :)

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    1. Não posso dizer que sou o gajo que mais arrisca no mundo, mas também não sou aquele que reclama e nada tenta. Tento tentado mas não é fácil. Irei continuar a tentar, mas é muito difícil. Às vezes até penso, se não será um sinal. Vamos ver como corre 2022. Talvez tenha para alguma surpresa - no bom sentido do termo. Veremos.

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  2. Muda de vida se não estás satisfeito :) humanos musica do António variações

    Grande abraço

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    1. Às vezes não é tão fácil como parece. Aliás, arrisco-me a dizer que poucas vezes o é.

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