Já todos sabem a minha opinião sobre um determinado partido político português, portanto não lhe vou dar mais palco aqui no burgo. Contudo, estamos num momento determinante da Democracia Portuguesa e a nossa República está em risco. Assim. Sem rodeios, nem paninhos quentes. À bruta. Sem lubrificante.
Conheço pessoas de diferentes partidos, e dou-me bem com a maioria - exceto com ativistas" de um projeto, cujo nome não pode ser pronunciado. Tenho amigos e familiares comunistas, outros bloquistas, muitos socialistas, outros tantos ligados ao PSD e até tenho uma melhor amiga militante do CDS (é a loucura Senhores, é a loucura!). Portanto, mais abrangente que isso, não sei se consigo. Entre nós (na minha rede próxima) sempre houve discussões por causa de opções políticas. Muitas bocas. Algumas piadas. Às vezes, com alguns berros, ou tom de voz mais elevado, mas nunca se passou o limite do decente, do razoável ou da falta de respeito. Há que saber argumentar, se queremos que nos vejam como pessoas com convicções, mesmo não concordando os outros, com elas. Acima de tudo, a palavra-chave é mesmo essa: Respeito. Respeito e Respeito.
Nestas eleições legislativas, dentro dos projetos políticos existentes, não consigo perceber como é que pessoas assumidamente LGBTI+, votam contra si próprios. Faz-me lembrar, conforme já escrevi algures, os judeus que denunciavam outros judeus na 2.ª Guerra Mundial, com a esperança tonta, de serem poupados a um destino cruel e impiedoso (que também lhes chegou). Quem acha que são coisas diferentes, é porque não leu as 9 (nove!) páginas do programa politico desse partido de extrema direita e gosta de viver iludido que "comigo será diferente". Lamento. Não será. Quando "acabarem" os outros, irão voltar-se para os que faltam. E sim, outros regimes autoritários, como o da Coreia de Norte, que executam homossexuais, e que se dizem comunistas, não podem ser argumento para defender as desventuras, que por aqui querem aplicar. Isso só me recorda os intervalos do recreio, quando era puto, e alguém que era chamado à atenção, respondia: mas o Mário fez primeiro. Com direitos humanos não se brinca. Não há direitos menores, nem maiores. Há sim, direitos humanos. E tudo que coloque essa condição em causa, seja de esquerda ou de direita (politicamente falando), deverá ser condenado. Da mesma forma que critiquei o Partido Socialista Português, quando não assinou a carta conjunta da União Europeia sobre o que se passava Hungria. Há alturas em que não podemos ser neutros.
Portanto, neste domingo, 30 de janeiro de 2022, votem. Por vós, mas acima de tudo, por uma democracia onde possamos ser quem nós quisermos ser, sem imposições ou perseguições. Leiam os programas. Persigam a verdade e façam uma escolha ponderada perante a sociedade que querem viver. O ódio, só porque sim, ou a nossa incapacidade de mudar a nossa vida (e culparmos sempre os outros) não pode ser fator determinante nas nossas escolhas. Até porque tudo o que damos ao Universo, ele devolve. Mais tarde ou mais cedo.
Gostei deste teu texto :)
ResponderEliminarObrigado Francisco! Ainda deu algum trabalho a escrever AHAHAHAHAH
ResponderEliminarBoa reflexão!
ResponderEliminarObrigado Paulo! Boa semana!
EliminarLi uma coisa sobre "mesmo que não exista o nosso partido ideal, votar contra o que nos impede de ser humanos com direitos fundamentais garantidos".
ResponderEliminarcheck.
Embora uma maioria do Partido Socialista apenas servirá de medida tampão temporária, ao crescimento de projetos políticos assumidamente contra a população LGBTI+. Veremos daqui para frente se existe uma estagnação e até um decréscimo nestes partidos.
EliminarEu votei pelo correio, como emigrante, eheh. Podemos votar por correio ou nos postos consulares. Por defeito, recebemos o boletim em casa, preenchemo-lo e vai pelo correio. Assim fiz, claro. O que se passa é que muitos portugueses que vivem fora não alteram a morada do Cartão do Cidadão para o estrangeiro, até por questões sentimentais de apego à terra, só que depois vêem-se privados de poder votar.
ResponderEliminarO meu irmão também está no estrangeiro e também votou no consulado. Mas não foi uma tarefa fácil. Houve uma grande trapalhada burocrática, mas que se resolveu. Mas o importante é participar nos destinos do país. Afinal, será sempre o nosso, mesmo estando longe. :)
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