Nestes dias que passaram após o meu regresso, digamos, mais assíduo, recebo uma mensagem com o seguinte teor: és o não-sei-quantos?
Não rapaz, já fui. Num passado algo longínquo. Depois fui à minha vida, porque precisei de ir, cresci mais um bocado, e voltei, porque precisei de voltar. Tornei-me numa espécie de lobo, mais ou menos incompreendido pelas pessoas, deslocado do mundo e arredores, sempre com o cérebro a mil. Solitário, mas nunca sozinho. A verdade, é que acabo por ser uma data de coisas. De personalidades. De vidas. De opiniões. De confusão mental que me frita, por vezes, o miolo. Mas acima de tudo, e na maioria das vezes, sou apenas parvo.
Recebi com um sorrisinho tonto na cara (ou estava a ter um AVC e não me apercebi) e com alguma surpresa (váaaaaa, tenho a confessar), algum dos feedback's pelo meu regresso. E isso, como é ó-b-v-i-o, afagou aqui o menino. No bom sentido. E não no sentido sexual da coisa - não cresceu nada por estes lados, estejam descansados, até porque a idade já pesa AHAHAH. Estou mesmo a falar de uma cena mais imaterial, tipo a alma. Estão a ver? É bom saber que de alguma forma, tocámos as pessoas. De lá, de cá, de algum lado, e que partilharam um espaço comum, um palco de emoções. É muito giro perceber que estamos efetivamente todos no mesmo barco. Mesmo aqueles idiotas, que quando nos dizem alguma coisa idiota, e que não acrescentam nada à nossa vida. Desculpem idiotas, não vos quis ofender.
Já tive alguns blogues, porque comecei muito novinho a blogar - aos 21, julgo eu. Era tão inocente meu Deus, tão tenrinho para ser enganado e enrabado (isso só aconteceu muito mais tarde e não é assunto de especial destaque). Mas o universo dos blogues desde então, ficou-me no ADN. Colou-se à pele. Já tive projetos discretos, outros menos, uns mais polidos, outros nem tanto, uns de sucesso, outros falhados. Como num qualquer supermercado, houve de tudo. Embora isto faça ampliar a minha cronologia de uma forma algo extensa, dá ideia que tudo começou ontem. Pelo menos quando olho para trás, assim parece, embora o espelho não me dê essa garantia. Nem o cartão do cidadão, nem os putos que me tratam por "senhor". Só sei, que assim de repente, fiquei com 41 anos. Tipo, q-u-a-r-e-n-t-a e u-m. Sendo que dois anos não deviam contar, porque foram anos pandémicos, e toda a gente sabe, que anos pandémicos não contam. Portanto tenho trinta e nove e uns meses. Embora o meu corpo ache que já tem cinquenta (e três), porque pensa que manda mais do que eu, e tem a mania que tem personalidade própria.
Mas vamos lá a coisas sérias: o que pretendo com este novo blogue? Bom, podia ser sincero e dizer que quero ficar milionário. Mas todos temos noção, que tirando a Pipoca mais doce, ninguém vive de blogues em Portugal. Portanto, espero divertir-me e redimir-me perante algumas pessoas que se sentiram abandonadas. Não é que o peso dos anos não se faça sentir, ou que este regresso compense alguma coisa, mas que querem meus pequenos póneis mais lindos, é a vida. Há que saber lidar. E digo-vos, sem nenhum rancor adicional, que o pior está reservado para o pessoal da minha faixa etária, porque quando pudermos sair à rua de forma despreocupada, ou vamos até ao centro de dia mais próximo para nos divertirmos, ou ficamos em casa. Sim, porque o T deve estar alocado a miúdos até os trinta anos e para quem não é considerada população de risco perante o covi-dizer. Ah pois é, que isto na evolução do tempo, não há pausas nem bancos de descanso para ninguém. Nem para aqueles cuja idade mental ronde os vinte (e oito).
Gosto mais de 30 e 11 :) de facto a vida continua e nós mudamos e por vezes nem nos notamos ou quem nos está próximo, digo eu que nada sei
ResponderEliminarSim, é verdade. Por vezes somos os últimos a reparar :) E 30+11 é bem mais simpático. Não pesa tanto AHAHAHA
Eliminarawww fofucho
ResponderEliminarAHAHAHAH
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