quinta-feira, abril 30, 2020

Casamentos: Jeb + Adrian


Há quem tenha sonhado uma vida inteira com um casamento, há quem nem sequer pense nisso (e fuja, como o Diabo da cruz). Pessoalmente, acho fofinho. Mas com os outros. Ainda assim, gosto de me perder a ver casamentos alheios, e afogar-me nos detalhes. Por isso, neste novo espaço, não podia faltar algo antigo (até porque já tenho algo azul). Posto isto, reinaugura-se a rubrica casamentos!  

Adrian Galarza e Jeb Howell quiseram um casamento que refletisse a sua personalidade. Queriam algo sofisticado e clássico. Industrial. Com as cores preto e dourado. Querem ver mais?  

quarta-feira, abril 29, 2020

Sentimentos para hoje: Melancolia



A escassos dias de fazer quarenta primaveras, voltam as tormentas de sempre. Voltam os medos das diferentes solidões. Voltam os receios do amanhã. Voltam todas as dúvidas do passado, que se projetam no presente e futuro, ainda com mais força. Não estou sozinho, mas estou registado como solteiro no registo civil. Não tenho filhos, porque se há dias que gostaria de ser pai, noutros nem por isso, e já se sabe que neste ponto não pode haver dúvidas, nem funções em “part-time”. Não consigo ter uma família de sangue, a minha e não só, reunida à volta de uma mesa, porque os meus ainda vivem no século XIX, e porque na prática nunca tive isso. Portanto, planeando e desenhando cenários a dez, vinte anos, torna-se bastante penoso, porque se sofre por antecipação. Tipo, aos oitenta anos, estarei sozinho? Estarei a sofrer, sem ninguém para me dar a mão? Abandonado e infeliz?

Ser um homem que se sente atraído por homens aos quarenta, não é a mesma coisa que aos vinte, onde pensamos que temos a vida toda pela frente. Onde elaboramos planos espetaculares a longo prazo, porque ainda temos muito tempo para isso. Queremos diversão. Queremos poucas responsabilidades sentimentais, porque temos muito para descobrir. Isto é, se o desbravamento começar por essa altura. Se forem como eu, que só militei afincadamente a partir dos meus vinte e oito anos, é fácil perceber que doze anos é um período muito curto. É quase nada, perante a imensidão da vida. Na prática, fui adolescente quase trintão. E o que fiz até lá? Tentei enquadrar-me na sociedade, estudei, tentei passar despercebido, procurei ter amigos e refugiei-me no meu quarto, com medo de ser diferente, porque não sabia muito bem como reagir. Como agir. Como ser.

Sinto que perdi muito tempo. Demasiado. Não é que aos vinte, ou vinte e dois anos, não explorasse o mIRC ou a Teletexto RTP, em busca de pessoas que pensassem como eu, mas o medo de conhecer “ao vivo” paralisava a conversa quando se tentava avançar para esse estado. Formalizar um conhecimento virtual, era assumir aquilo que eu não queria. Aquilo que eu não sabia ainda muito bem o que era. E sendo “menino de aldeia”, o pensamento ainda estava muito pouco desenvolvido nesse campo. O receio daquilo que os vizinhos, a família alargada e os amigos de infância pudessem pensar, era mais forte que uma qualquer felicidade individual. É claro que hoje, tudo é mais fácil. A sociedade, mal ou bem, é mais aberta. Mais disponível. Mais acolhedora. Existem formas maiores de comunicação, que permitem até que os mais tímidos, consigam encontrar um caminho. Existem mais bares para encontros casuais, e existem mais grupos de amigos que assumem a parte chata das apresentações. Existe uma panóplia de circunstâncias, que acabam por tornar tudo mais “natural”. Mais diluído na homofobia existente, que se confronta ainda com a sociedade portuguesa de cariz machista.  

Não quero com isto, estar aqui com uma ladainha piedosa, para causar nos outros uma qualquer espécie de empatia. Não. Longe disso. Apenas realizo um exercício muito pessoal... acompanhado. Tento ainda perceber, se a velhice para os homens que se sentem atraídos por homens, não será mais cruel que as outras. Mais solitária. Mais exigente na criação de laços afetivos duradouros, sabendo, porém, que o homem vê tudo de uma forma mais física que a mulher. Mais carnal. Mais descartável. Mais desprendida de sentimentos. E não, não acho que seja preconceito. Considero que é mesmo assim, embora reconheça exceções. Mas se me perguntarem se gostaria de voltar atrás no tempo, para tentar fazer as coisas de outra forma, ou se gostaria de voltar a ter vinte anos, respondo que não. Apenas respondo que queria ter apenas mais tempo para explorar a vida.  

terça-feira, abril 28, 2020

Introducing: Enrique Alex


Introducing: Enrique Alex. Ou se preferirem em português, introduzindo Enrique Alex. Bom, salvo seja. 

Na prática, não estou a apresentar nada, porque não é necessária essa minha ação, e ninguém tem culpa do meu desconhecimento sobre as coisas. Portanto, coloquemos de parte desde já a minha presunção, e partamos logo para o que interessa, sendo que só precisam:

segunda-feira, abril 27, 2020

Palavra do Instagram aos Egípcios




"Ele chegou e disse: 

Tem poucas fotografias no Instagram com o namorado, porque quer ser solteiro para os seguidores." 


Li esta frase algures no universo do Instagram. Pronto, não era bem assim, mas o sentido era o mesmo e deixou-me a pensar. Como também já ouvi dizer em tempos, que não publicavam fotografias com o namorado, para que ninguém estragasse o namoro, fiquei balançado nas justificações. Será que a primeira é saudável e a segunda impede alguma coisa? Ou têm ambas o mesmo fim? Será que alguma tem cabimento? Ou devemos publicar (e partilhar) apenas aquilo que nos faz feliz e cagar para aquilo que os outros pensam?

domingo, abril 26, 2020

Sentimentos para hoje: paciência



Luto, todos os dias para não ser impaciente. Mentira. Luto quase há 40 anos para ter um pouco mais de calma, mas acho que sou um fraco, porque não consigo vencer este defeito. Esta condição que me atrapalha a vida, onde corro atrás das palavras quando estas, por magia, saem da minha boca. Portanto, não é de estranhar, que o arrependimento ande de mãos dadas com a minha falta de paciência. Pela minha inconsistência psicológica, que me faz ter o coração nas mãos. Que me faz perder o discernimento quando me sinto atacado de alguma forma. É claro que já tentei um pouco de tudo, desde contar até 10, passando pela respiração controlada, até à famosa voltinha ao quarteirão, mas estas estratégias, ao invés de me ajudarem, parece que ainda fazem crescer mais em mim, tudo aquilo que não quero dizer e fazer. Parece que fico ainda mais descontrolado e pronto a explodir assim que volto a ser confrontado com as situações. Sou um fraco, bem sei. E também sei que isto me leva a conflitos muitas vezes desnecessários... mas e se for algo que nunca conseguirei mudar? Uma cruz que terei de carregar para sempre? 



Bom, e posto este exercício, carreguei no enviar do telemóvel, uma mensagem que apenas dizia: 

"Não me chateies. E vai para o car#lho". 

sábado, abril 25, 2020

Efemérides: 25 de Abril

Parece cliché, mas não deixa de ser verdade. Vinte e Cinco de Abril #sempre. Pela liberdade colectiva e individual. De expressão. De ter uma opinião. De ter uma sexualidade diferente. De amar quem quiser. De querer caminhar pelo próprio pé. De querer tudo, e não estar condicionado pelo berço. De querer mudar o mundo, e não ter medo de o dizer. De escrever parvoíces nas redes sociais, mesmo quando não temos razão nos argumentos utilizados. De querer largar o presente e abraçar o futuro, sem problemas de consciência. De ter direito ao saber e ao conhecimento, e ter o dever de esclarecer os outros. Todos. De querer ser feliz, e não ter vergonha disso.

sexta-feira, abril 24, 2020

Notícias - Reynaldo Gianecchini



Bom, bom, bom... Andava meio mundo gay a suspirar pelo senhor Reynaldo faz anos (e parte do universo hétero também, verdade seja dita), quando em Setembro do ano passado (onde é que eu andava nesta altura?), numa entrevista ao jornal "O Globo", o mesmo assume: "já tive, sim, romances com homens"

De lá para cá, um turbilhão de reações, ações, críticas e elogios, têm sido produzidos diariamente, numa velocidade estonteante. Tanto que é, que Gianicchini teve que vir a terreiro esclarecer realmente o que quis dizer. E o que afirmou? Bem, assumiu que não era gay. Que era tudo. Que era "amplo" e que cabia nele "o homem, a mulher, o gay, o hétero, o bissexual, a criança e o velho". Só espero que a parte a criança seja no sentido figurado. Ou então, que tenha mais de 18 anos. 

Verdade seja dita... uma pessoa aos 47 anos também já pode dizer e assumir o que quiser, porque ninguém tem nada a ver com isso. Mas que foi importante o seu testemunho, foi. Pelo menos eu acho que foi. Ele é uma figura respeitada e muito conhecida, e pode ajudar a desmitificar algumas coisas, que algumas "pessoínhas" teimam ainda a não querer ver. 

Não partilho reportagem porque é exclusiva para assinantes do jornal "O Globo", mas deixo ficar aqui, a reação posterior numa matéria produzida pela "Folha de São Paulo".

quinta-feira, abril 23, 2020

Conselhos por Lobo 3Malhado



Parece-me, considerando a questão do COVID-19, e do acesso às praias este verão em Portugal, que os solteiros deste país devem arranjar um namorado que seja nadador-salvador. Só assim terão uma vantagem no acesso ao areal.


Nota: a imagem é meramente ilustrativa. Só para não começarem a ficar com ideias (até porque o menino tem dona). 
Nota complementar: E também não interessa nada o facto de ele não ser nadador-salvador. Tem uma praia ao fundo, é o que interessa. 

quarta-feira, abril 22, 2020

Televi-cenas: Séries Espanholas



Estou super viciado em séries espanholas (já estava na verdade, desde que assisti em 2018, à “Embaixada” e “Todos Suspeitos”, nos domingos à noite na Sic Radical) e recomendo. A qualidade destas produções é gigante, e prova disso mesmo, é a oferta que podemos encontrar em plataformas de streaming, como por exemplo a Netflix. Enquanto os portugueses se especializaram em novelas, intermináveis e com histórias “pastilha elástica”, “nuestros hermanos” estão no topo mundial em séries. De intriga, policial e de mistério.

Uma das coisas que me atraí nestes produtos espanhóis, é o facto da sua preocupação em inserir sempre personagens LGBTI+. Não que isso seja fundamental, ou obrigatório, mas revela um cuidado suplementar em mostrar diversidade, sem medos de julgamentos de terceiros. As personagens LGBTI+ nem sempre são boazinhas ou más, simples ou complexas. Há de tudo um pouco, passando pela loucura, até à procura do romance tradcicional (do príncipe encantado e tal). A tónica é sempre da normalidade, e não há coibição do beijo na boca, do sexo, do carinho em público ou do assumir que se gosta. Na rua. No trabalho. Ou na escola. E mesmo com estas condicionantes todas… pasmem-se! Estas séries têm audiência! De milhões e a nível global.  

Nesta quarentena, que mais se assemelha a uma prisão domiciliária, vi de uma assentada a série “Elite”, que gostei muito, e cujo o enredo do núcleo gay, mexeu comigo. Fiquei balançado, porque me revi nalgumas coisas, e em situações que queria ter vivido, ou resolvido, e que ainda não tive oportunidade. Ou coragem. Ou vontade. O certo, é que as coisas hoje parecem muito mais fáceis do que em 1996 ou 2001, onde comecei a descobrir-me, escondido, no velhinho mIRC.

E para não perder o embalo, ontem, comecei a assistir “Toy Boy”. E recomendo. Não só pelos motivos óbvios…, mas porque a história está bem contada. E sim. Tem um núcleo gay também.

terça-feira, abril 21, 2020

Coisinhas: Aussiebum



Se agirem de forma previdente como eu, já devem ter começado a comprar os fatos de banho para 2020. Quer dizer, já tinha comprado alguns "modelitos" para a praia este ano (como por exemplo: dessa série da Aussiebum, que a imagem tão bem ilustra), e de repente, vem uma "corona chinesa" (como se já não bastasse a outra, do "ritmo da noite") para me arrumar o verão. As férias. O descanso. O dolce faire niente

Caramba, anda uma pessoa o ano inteiro a salivar pelas férias, para agora tudo ficar trocado, passando a ser nossa principal preocupação ter/arranjar um trabalho decente. Sim, não se adivinham dias fáceis e as prioridades alteraram-se. Agora, ao invés de roupa para o verão, há que pensar em máscaras, álcool, gel e protocolos de segurança. Também da forma que ando a comer porcaria (e a não fazer exercício físico há dois meses), é bom que a Aussiebum comece a vender "burkas". Vou ali passar o meu verão para 2021 e já volto. Bom, seja como for, já tenho fatos de banho para 2021. Yupi. Que emoção. Quase que me trinco todo. #not

segunda-feira, abril 20, 2020

Notícias - Presidente Futbol Club Barcelona



Afirmou o antigo presidente do Futbol Club Barcelona (na imagem acima), numa entrevista a um jornal espanhol, que quando esteve na prisão (por alegadamente ter ocultado em "offshores" 20 milhões de euros - coisa pouca...) lhe deram "quatro preservativos e quatro saquetas de vaselina" 


Tipo... não é demasiada informação? Daqui a nada ainda vai dizer... que preferia o Zé Pequeno ao Zé Matulão. 


Toda a notícia aqui 

domingo, abril 19, 2020

Cinema e Pipocas




E para o primeiro "Cinema e Pipocas", Éden, uma curta metragem portuguesa para uma sexta-feira de quarentena - e:

sábado, abril 18, 2020

Sentimentos para hoje: Estranheza



Um gajo afasta-se uns dias'zitos (anos vá, mas não me batam mais!) da blogosfera, da blogaysfera e da blgbtimaisfera, e parece que está perdido. Parece que acordou de um sono profundo, uns anos mais à frente (2062, quiçá), onde tudo está diferente. Mudado, assim, para o parado. Para um deserto estranho, onde os lugares que conhecia, ou estão quase fechados, ou fechados. As dinâmicas que outrora existiram, estão quebradas, e apenas encontramos os resistentes. O Mark, O Francisco, o Silvestre e a Dezanove. 

Se esta é a sensação de acordar anos depois do seu tempo, apenas posso dizer que é estranha. Esquisita. Esquisitinha, vá. Diferente de tudo o que já se viveu. Bem sei que o mundo muda. Nós mudamos. Tudo muda. Mas nunca estamos preparados para um regresso a situações, em que já não estávamos faz tempo, porque agora não nos sabemos como comportar. Agir. Falar. Comentar. Entramos em pézinhos de lã, porque agora não sabemos quem é que estará disponível para estar presente, fazer-se presente e para comungar de uma visão comum. 

Agora tudo é novo, mesmo sendo velho. Tudo é uma descoberta virginal, mesmo não havendo nada recente para perder. Tudo é tateado a medo, mesmo que tenhamos uma pele enrugada. Tudo nos exige paciência, mesmo que a idade nos tenha trazido uma falta de compaixão. Tudo nos deixa saudades, mesmo que não exista forma de recuperar o que já passou. Tudo é como é, mesmo que os nossos sonhos de infância, se tenham perdido por ai, nas esquinas da vida. Mesmo que os planos mirabolantes de adolescência, tenham ficado congelados lá atrás, algures. Mesmo que estejamos interiormente alterados, e lutemos diariamente para não assumir essa condição. 

Bom sábado!

sexta-feira, abril 17, 2020

Very first one



Somos várias coisas. Várias vidas. Várias personalidades e personagens. Vários bloggers e vários blogues. Vários registos e pedaços testemunhais da história, que nos impelem a ser diferentes. A mudar. A voltar. A avançar e a fugir. A centrar naquilo que somos, ou naquilo que queríamos ser. Não sei se seremos todos assim, ou se apenas eu nasci fadado desta maneira. Podia culpar o meu signo (gémeos), ou meu percurso de vida, mas a verdade é que já estou cansado do queixume e quero ser uma pessoa melhor. Ter algo diferente. Ser algo diferente. Com mais amor-próprio e mais autoestima - aliás, este foi um dos meus propósitos para este ano. 

Há pessoas que já me "conhecem" e outros que me conhecem de facto. Quem esteve atento nos últimos anos a um determinado blogue (que entretanto acabou), reconhecerá a escrita, os dramas, as dúvidas, as parvoíces, mas acima de tudo, a "pseudo" moralidade, que muitos dizem que tenho, e que estou a tentar mudar. Para este percurso, escolhi uma nova pele. Uma nova ficção, a quem empresto os meus sentimentos verdadeiros e a minha realidade. Escolhi ser um Lobo. Solitário, como sempre fui e serei. Fora de uma alcateia que nunca me fez sentir parte integrante da mesma. Que sempre fez questão de sublinhar a minha diferença. Um Lobo Tresmalhado. Ou se preferirem: 3malhado.