segunda-feira, novembro 14, 2022

Quotidiano Mundano - update



Passados meses, voltei a escrever aqui. Basicamente, volto ao “berloque” ao mesmo tempo que volto ao ginásio. Bom, mentira. A componente fitness da minha vida, leva duas semanas de avanço - verdade seja dita. Estou a pesos-luz da condição que tinha antes de 19 de junho de 2022, e parece-me que até ao final deste ano civil, da graça do Senhor, também não vou conseguir recuperar a mesma. Mas também já estou farto de me lamentar. #sério 

Para que fiquemos todos ao mesmo nível cronológico, vamos retomar a programação no ponto em que esta ficou. Ou seja, desde a última vez que estive por aqui, e conforme podem ler (e comprovar) no texto anterior, tive Covid-19. Ou o Covid-19 é que me teve. Ainda não sei avaliar muito bem esta questão. Não foi difícil, mas também não foi fácil. Não perdi o olfato, nem o paladar, não tive tosse e não tive dificuldades em respirar. Mas vivi dias em que a febre alta não desaparecia por nada, e ganhei um cansaço crónico que avançou por julho, até às primeiras semanas de agosto. Acordava todos os dias de ressaca - como se estivesse estado a noite anterior no T, em grande farra, completamente bêbado e aos beijos a desconhecidos (o que não aconteceu, para não haver dúvidas). 

De lá para cá, tentei recuperar-me (já são 42 anos nestes ossos), fui de férias, andei em entrevistas para mudar de emprego, e b-a-s-i-c-a-m-e-n-t-e, a minha vida está c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e na mesma. Isso. Na mesma. Ah, mentira. Abri uma conta pessoal no Twitter, e só me aparecem no “Feed”, pilas e rabos. Dizem que é o algoritmo, que trabalha com as pessoas/contas que seguimos, mas eu não confirmo, nem desminto esta situação.  

A única coisa que sei, é que estamos a chegar a 2023, a passos (muito) largos e tudo aquilo que tinha planeado, ou que queria que acontecesse, não correu como pretendia. O objetivo do “melhor” corpo de sempre foi à vidinha (porque não há Covid, nem velhice que resista), e aquela ideia espetacular de comprar um terreno, para construir a minha casa “rasteirinha” também desapareceu na espuma da inflação. De facto, Portugal, não é para Portugueses. 

E para já, é o que me apraz contar, porque também não vos quero maçar muito. E dizer-vos ainda, que chorei horrores, a ver a nova série da Netflix, “Começar do zero” (cujo título original é “From Scratch”), também não é relevante – nem assim tão interessante. 


Até amanhã. Se a vida assim o permitir - pareço os velhotes da aldeia, mas é o que temos de momento. 

terça-feira, junho 21, 2022

Covid 1 - Lobo 0



Andei a fugir o mais que consegui. Até ontem. Autoteste positivo, confirmação hoje com um magnífico "detetado". Bom, como os sintomas são iguais aos ataques de alergia que tenho recorrentemente, e como dormi de janela aberta, com corrente de ar como se não houvesse amanhã, desvalorizei. E até mesmo, quando toda a gente me dizia "estás com Covid!", não acreditei. A custo, lá fiz o teste e o resultado, a este ponto do texto, já todos o sabemos. Para já, febre, febre e mais febre. E dores nas costas. E aguardar se aparecem sintomas no pai, na mãe, no mano e no namorado. E talvez nos coleguinhas do trabalho, porque andei por lá, breves momentos sem máscara. A verdade é que quase que lambi esta gente toda. Sinto-me tãoooooo promíscuo. 

Neste momento, estou em casa, isolado num quarto com casa de banho privativa (olha o luxo!), em teletrabalho, a ouvir clássicos da Disney e fartinho de estar preso. Veremos como vão decorrer os próximos dias. 

Aguardemos então, as cenas dos próximos capítulos. 

sábado, junho 18, 2022

Televi-cenas: Heartstopper



Baseado no trabalho de banda desenhada de Alice Oseman (podem ver o trabalho dela no seu perfil de Instagram @aliceosemanart) denominado de Heartstopper, a Netflix lançou um série com o mesmo nome, que tem sido um êxito (confirmadas já, a segunda e terceira temporada). A história, que à primeira vista parecer ser "simples", é a-s-s-u-m-i-d-a-m-e-n-t-e romântica, e gira em torno do Charlie e do Nick. E é tão fofa e deliciosa, que nos deixa com o coração apertado. Não sei, mas por vezes parece que precisamos de algo que nos mostre que o mundo poderá ser diferente. Algo que nos faça querer avançar para mais um dia. 

Confesso, mea culpa, mea culpa, que demorei a encaixar no ritmo da coisa (nos dois primeiros episódios), mas depois lá me consegui envolver, e quando acabou, fiquei com uma sensação de que "soube a pouco". Embora retrate os primeiros amores de adolescência, fala também da homofobia, do sair ou não do armário, do tempo que cada um precisa para se aceitar (e compreender), e o mais importante: a diferença existe, sempre existiu, e é fundamental para a evolução da humanidade. 

Há quem possa pensar, que um tipo como eu, com 42 anos, sou ridículo por gostar deste tipo de séries, mas a verdade, é que sou um romântico incurável e acredito sempre que tudo vai dar certo e que tudo fará sentido no fim. Além disso, revi-me em muitas situações do Charlie (yeap, sou team Charlie), nas dúvidas, nas certezas, no sentir que o problema seria eu, e que a dor das pessoas derivava porque estavam próximas de mim. Embora sejamos de gerações distintas, os problemas são/foram semelhantes. E agora, aquilo que chamamos de bullying, em 1992 era denominado de "aprendizagem". Além da porrada que levei dos colegas (porque era sempre o elo mais fraco), ouvi muitos "faz-te homem" ou "és mesmo maricas", como se este tratamento fosse a "cura" ideal para o "problema", que eventualmente teria. Ou que me queriam fazer crer que tinha. 

Seja como for, deixo ficar a sugestão para assistirem, caso tenham oportunidade. Ou então, em alternativa, podem comprar em formato de livro, o primeiro volume aqui! Eu acho que é uma prenda catita para oferecer a alguém especial. #ficaadica


Bom fim-de-semana! 

sexta-feira, junho 17, 2022

Pedro HMC



Passaram-se mais de dois meses desde da morte do Paulo Vaz. De lá para cá, o seu marido, o Pedro HMC, pouco tem publicado nas suas redes sociais, estando afastado dos seus projetos que as incluíam - o que é compreensível. Estes momentos nunca são fáceis (a perda de alguém querido e próximo), e não dependem de fórmulas mágicas para se conseguir ultrapassá-los - até porque na verdade, nunca se o consegue. A dor da perda até pode dar origem à saudade, mas nunca conseguimos recuperar a 100% desta inevitabilidade. 

Também durante este período, muito se tem especulado, muito se tem inventado e muito se tem apontado. Como diz o povo, "só sabe o que vai lá dentro, quem está no Convento" (o meu primeiro namorado diz que não tenho muito jeito para provérbios, e o mais provável é que não seja bem assim, mas a ideia está lá), e ciente disso, o Pedro resolveu dar uma entrevista ao Leo Dias, há 15 dias atrás. Mas do que justificar alguma coisa, julgo que a mensagem que deve passar é que todas as nossas atitudes têm consequências - até aqueles comentários mais "inocentes". 

Acho um testemunho importantíssimo, e é por isso que o partilho aqui convosco - ficando em "arquivo" para memória futura

quinta-feira, junho 16, 2022

Efemérides - Pride



Estamos todos* a comemorar o Orgulho (Pride em estrangeiro) LGBTI+, e é ver as empresas todas com a "bandeirinha", cheias de cor nos seus logótipos e com uma comunicação diferenciada durante este período - mesmo que nos restantes não se ligue muito à causa em concreto. Também muitos gays aproveitam a oportunidade para participar em alguns eventos do "Pride", em diversos locais do globo, todos despidos e a pinar como se não houvesse amanhã - sim, estou a ser um pouquinho moralista, mas a verdade é que não tenho nada a ver com isso. 

Também nos últimos dias, tenho lido inúmeros textos a respeito deste assunto, tais como; testemunhos, relatos na primeira e noutra pessoa, e alguns documentos históricos, que nos alertam para que nada está garantido, ou que tudo aquilo conquistado, não possa ser perdido de um momento para o outro. Efetivamente, há que andar atento, porque os tempos não estão fáceis. E nesta mistura de leituras, bati de frente com um texto, que sublinhava que uma das coisas mais complicadas para qualquer LGBTI+ (e que fazia/faz tremer qualquer um), era quando se atirava: "olha, posso perguntar-te uma coisa"

Sobre mim, posso dizer que sim. Era algo que me aterrorizava. Que me deixava com suores frios. Porque se é verdade, que qualquer pessoa podia querer saber onde seria o posto dos correios mais próximo, ou se naquela zona se pagava estacionamento, a minha mente focava logo no: "és gay, não és"? E a verdade, é que sempre que alguém me fazia essa pergunta de introdução, eu tremia. Pensava logo: "Fodasse. E agora, o que respondo"? 

De todas a vezes que me perguntaram isso, ficaram-me gravadas na memória, duas situações. A primeira, que foi assim de chofre, partiu de uma colega minha de trabalho - e com quem não tinha muita confiança (a roçar o zero). À porta da empresa, numa tarde solarenga de julho, vira-se para mim e diz-me: "olha, posso perguntar-te uma coisa"? E eu, pensei: "deve ser qualquer coisa sobre o trabalho que estou a terminar". Mas não foi. Com a maior cara de pau do mundo, questiona-me sem dó (nem piedade), e com um ar de quem iria fazer uma descoberta fenomenal, que iria mudar o destino da humanidade: "és gay"? Fiquei tão atrapalhado, que não reagi no imediato. Passaram-me várias situações pela cabeça, que só apontavam para uma solução: fugir dali. "Ai que ela vai contar a toda a gente", "ai que toda a gente vai saber", "ai que vão-me mudar de serviço" (na altura trabalha numa área muito "heterossexual"), e "mas que merda de pergunta de uma tipa que não é minha amiga sequer", eram as minhas únicas preocupações naquele momento - e que pareceu durar horas. A medo, abri a boca e respondi "não". "Não o quê, caralho!" - recriminei-me de seguida, ainda assustado. E ela, não contente, remata: "de certeza? É que pareces mesmo". E eu, sem desligar a voz interior que só me inquiria "pareço como?", "sou demasiado feminino?", "tenho tiques?" e "mas o que faz um tipo parecer gay?", procurava perceber o motivo daquela abordagem.   

Já em 2010, fui ter com um amigo meu ao Bairro. Levei o meu namorado na altura (desculpa rapaz, o problema não eras tu, era eu) e tentámos interagir com o grupo que lá estava. Assim, no meio do nada, veio uma rapariga ter comigo e diz-me: "olha, posso perguntar-te uma coisa"? E eu para dentro: "fodasse, outra vez esta merda"? Mas para fora, enchi o peito de ar e respondi: "sim, claro". E ela, com aquele ar de que iria fazer uma descoberta fenomenal, que iria mudar o destino da humanidade, pergunta: "vocês são gays"? E eu, a achar que já chegava, afirmei sim, "sou". "Ah, eu estava na dúvida, mas acertei" - remata ela com uma grande lata. E não contente com a sua "descoberta", resolve continuar: "Ah como és gay, deves conhecer o não-sei-quantos". Confesso que o meu cérebro no momento fez tilt. WTF? Mas quem é o não-sei-quantos? "Faz as coreografias no Trumps" - fez o favor de me explicar. Exato. Por ser gay, tenho de conhecer todos os gays que existem em Lisboa e arredores. Esta gente acha que o mundo é mais pequeno do que realmente é. Aliás, minha mãe é que é assim. Vê alguém na televisão com o sobrenome igual a algum/a amigo/a e conclui logo: "é primo de certeza"

Bem sei, que as pessoas por natureza são curiosas, mas caraças, há certas perguntas que só se fazem a quem se tem confiança ou com quem tenhamos algum tipo de relacionamento mais aprofundado. Tudo bem, que fui perguntar ao porteiro do Purex ser era gay, mas atenção, eu estava bêbado (e achei o tipo muito giro, assim com o cabelo grisalho e tal), e não sou exemplo para ninguém. E quando quero saber se alguém é do "sindicato" vou ao Instagram e vejo os amigos em comum - e não chateio ninguém. #aprendam



*nos locais onde isso é possível, porque ainda existem muitos países que ser LGBTI+ é crime. 

terça-feira, junho 07, 2022

Passados - Veneza



Em 2005 fiz um inter-rail com amigos da faculdade - e "foi só" uma das melhores experiências da minha vida. A viagem de Lisboa a Paris, foi épica, e naquela carruagem do Sud Express, onde dormimos amontoados com uns italianos, foi super desconfortável. Ao mesmo tempo, foi reconfortante, e mexeu comigo, porque não conseguia tirar os olhos do rapaz alto, de olhos azuis, de pernas peludas que seguia no banco da frente, e cujas pernas entrelaçaram nas minhas durante a noite - o espaço era mesmo muito reduzido, não havia outra possibilidade. O miúdo, italiano, fez-me suspirar várias vezes no trajeto, onde lhe tentei fitar o olhar várias vezes, de forma a capturar uma qualquer momento de atenção. De ligação. De demonstração do meu interesse. Contudo, ao mesmo tempo que tudo isto se passava, olhava para o lado, esquerdo e direito, para tentar verificar se alguém tinha percebido o foco da minha atenção. 

Apesar de ser "já ser gay", ainda me via como bissexual (aliás, há quem diga que no fundo somos todos "bi's"), talvez por ser mais fácil aceitar-me. Compreender-me. Justificar-me. E apesar de olhar para os rapazes giros que encontrava em toda a viagem, nunca consegui "assumir" esse interesse. Essa vontade. Essa condição. Ficou sim, o fascínio por italianos (de Paris seguimos para o norte de Itália) e o sonho de um dia regressar a estas paragens com o meu hipotético namorado. Mas quando romantizamos algo, acho que isso faz com que tudo demore mais tempo a acontecer. Portanto, não aconselho. A vida não é um filme da Disney, e as desilusões são (mais que) muitas. Ah e um grande spoiler: nada é para a vida, a felicidade não dura para sempre, e nem tudo é constante num relacionamento. Sorry.  

Mas ainda assim, uma das imagens desta aventura, que me ficou gravada na memória, e que me fez perder minutos a contemplá-la, aconteceu em Veneza. Na ponte junto à estação de comboios, na escadaria de acesso a uma igreja. No meio da multidão, que ali descansava as pernas, estavam dois rapazes. Um sentado, e o outro deitado com a cabeça nas suas pernas, estavam de mãos dadas, e viam o pôr-do-sol. E eu só pensava: caramba, é isto que quero para mim. E esse "frame" nunca me abandonou até hoje. E apesar de ter já ter estado novamente em Veneza, não consegui replicar a cena. Talvez porque não tinha de acontecer. Ou talvez porque fosse inverno. Ou simplesmente porque a cidade estava a ficar toda inundada e eu já tivesse água pelas canelas. 

segunda-feira, junho 06, 2022

Estado das Coisas



Finalmente arranjei um bocadinho de tempo para atualizar este blogue, que parece mais abandonado que o Hi5. Ou o mIRC. Ou a moda dos crocks. Ou ainda, as minhas criptomoedas que desvalorizaram "comó'caraças"! Tenho mesmo que trabalhar, está visto e assumido.   

Desde 18 de abril de 2022 (que corresponde à data da última publicação que fiz por aqui), não se passou nada de extraordinário na minha vida. Portanto, não tenho assim grandes novidades para contar, muito menos bombásticas. Estou oficialmente rotineiro. Acordar cedinho para ir ao ginásio (a barriga teima em não desaparecer), ir trabalhar um pouco (a minha vida é triste, mas não é aquilo) e ir para casa para a formação (entretanto suspensa). Sobre esta última questão estou um bocadinho (grande) fodido, porque faltavam-me apenas duas semanas para terminar o curso (estou nisto desde fevereiro) e agora acontece isto. Já não vou ter viagem de finalistas, nem apanhar bebedeiras na festa do "canudo", nem beijar desconhecidos na rua. Lá está, a vida é madrasta para mim. A vida não me ama. 

Nestes "entretantos" (um mês e tal, vá - não me critiquem), aconteceu a Eurovisão (as minhas canções favoritas eram a do Reino Unido e da Arménia), fui ao Bairro (onde fui enganado na "Maltide", porque paguei 8€ por uma caipirinha que era sumo de limão) e coloquei ar nos pneus do carro. Uau, pensam vocês. Super emocionante, diria eu. Sobre a ida ao Bairro, num sábado quente, apenas posso referir que andei pelo Maria Caxuxa, e que não reconheci ninguém (com quem falasse no passado) - o que quer dizer que sou oficialmente idoso. Vi alguns putos (bem) giros - uma pessoa lava sempre as vistas - mas parecia que a atmosfera era outra. Não sei. Estava um clima estranho. Diferente talvez. Ou então, sou eu que estou mudado. O que também me parece ser legitimo constatar. Daqui a uns dias serão quarenta e duas primaveras nestes ossos. Ai God, agora sim, pareço uma carcaça antiga.   

Bem, e agora como tenho uma reunião online daqui a 20 minutos, não posso continuar a relatar aqui a minha vida cheia de aventuras e cenas perigosas, como se vivesse um filme da Velocidade Furiosa. Cada um nasce para o que nasce, e eu nasci para sofrer. E se eu vos disser, que o pico da adrenalina de hoje, foi ter visto o João Moleira no Centro Comercial, acho que dá para perceber o Estado das Coisas. Sim, ainda lhe dava uma volta, mas já não mexe comigo, como mexia. João, tens de lidar com isso. Estás a perder o meu interesse e não te vejo a fazer nada para o mitigar. #ficaadica 

segunda-feira, abril 18, 2022

Televi-cenas: Bridgerton



Nestes dias (que me pareceram meses), papei a série toda da Netflix, Bridgerton. E se na primeira temporada fiquei apaixonado pelo Duque de Hastings (Regé-Jean Page), na segunda cai de amores pelo Visconde Bridgerton (Jonathan Bailey). E antes que me espetem já um dedo acusador a dizer "deves pensar que tens queda para a realeza", apenas confirmo que gosto mesmo é de homens giros. E os dois atores que interpretam estes papéis, estão para lá dessa categoria. Além disso têm uns rabinhos, que ui, ui: "Bota perfeição nisso"

Além de preferir romances históricos aos "normais" (e por isso esperei pelo príncipe encantado até aos 28 anos para dar uma pinocada valente - não me julguem, please), adoro documentários dentro do mesmo tema, e portanto, séries baseadas em romances (neste caso da escritora Julia Quinn) que tenham aspetos históricos, são devoradas de uma assentada. Como tenho o péssimo defeito de ir confirmar cada facto (por isso odiei o "Reign" que era uma interpretação muito "livre" do que de facto se passou), tive que apertar o meu lado historiador-ó-perfeccionista, porque esta série não é um documentário, e como tal, acaba por apresentar um visão reinventada de uma época - que "não foi nada bem assim"

Mas independentemente de tudo, gostei da forma como as personagens procuravam o amor, ou daquilo que entendiam como tal, das dúvidas sobre o verdadeiro sentido da vida, e de como haveriam de continuar a linhagem da família ou a sua memória. Para um tipo que é gay, e que sabe que não vai ter filhos (porque não tem planos para tal), é um murro no estômago. Para mim é/foi. Porque os meus pais gostariam de ter netos, e nem eu, nem o meu irmão, temos planos nesse sentido. Fiquei a bater um pouco mal este fim-de-semana por causa disso. Não conseguia deixar de pensar, que iria ser um dos principais motivos do términus deste ramo familiar. Que seria um dos últimos e um dos corresponsáveis pelo fim. Estaria a ser egoísta? 

Num passado mais ou menos longínquo, um blogger perguntou-me isso. Ou melhor, questionou-me se teria sobrinhos. Respondi que não. E ele, assim num desabafado impensado, afirmou: "coitados dos teus pais. Ainda bem que tenho vários irmãos, que me deram vários sobrinhos, porque se fosse filho único, iria fazer tudo por tudo, para que os meus pais tivessem, pelo menos, um neto". Aquilo feriu-me de morte. E nunca deixei de "moer" o assunto até os dias de hoje. Até que ponto teremos/tenho essa "obrigação"? E uma vez mais: estarei a ser egocêntrico? É pah, mas também acho que não nascemos todos para ser pais, e essa condição não é para qualquer um.

domingo, abril 17, 2022

Aniversário 2 - lobo3malhado



Em bom rigor, este blogue NÃO FAZ DOIS ANOS. Mas este blogue é um re-brand (ai que chique que me sinto a escrever assim) do blogue original, que nasceu a 17 de abril de 2020, e que já lá tinha a palavra "Lobo". Foi um projeto que nasceu em pandemia, e surgiu na necessidade de voltar a (re)povoar a blogaysfera desta blogosfera mundial e intergaláctica. Bem sei que em 2020 apenas escrevi três meses, que depois morri, que depois voltei em 2021, e voltei a escrever só mais três meses (os últimos do ano). Bom, isto tudo foi só para que vissem que sou coerente. No fundo, no fundo, estava com medo de perder os três. Basicamente foi isso. 

Mas para continuar a comemorar estes DOIS ANOS QUE O BLOGUE NÃO FAZ, resolvi recuperar uma ideia que tive no passado, e que me deu um trabalhão do caraças (lá atrás e também, novamente, no presente). Ou seja, fiz mais um Virtual Paper. Embora nesta versão, as pistas "internéticas" terão que ser mais duradoiras e não as posso ancorar nos blogues que gosto, porque arrisco que daqui a um ano isto deixe de funcionar, e é bom que isso não aconteça, tendo em conta o trabalhão do caraças (volto a sublinhar) que "isto" me deu. Já mencionei que esta iniciativa me esgotou? Que estou de rastos psicologicamente e assim? Quase ligado à máquina?

Não estou com grandes expectativas na interação, portanto, o grau de participação deve rondar zero, abaixo de zero aliás, mas quando "bater a bota de vez", este blogue irá valer bué de criptomoedas e quem responder às perguntas, que escondi algures por ai, levará parte da herança. Ou talvez não. Ou talvez sim. Teremos que esperar para ver. Não digam depois que não avisei. 


Então vamos ao que interessa? Preparados? Então vá, aqui estão as condições do desafio

Aniversário 2 - lobo3malhado - publicação especial de aniversário